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FHC diz que Lula voltou a 'pisar na realidade'

"Ele ainda não é ex-presidente e já está mais sensato", ironizou o tucano em entrevista

FHC também comentou a atuação do WikiLeaks, que deve tornar diplomatas mais discretos (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

FHC também comentou a atuação do WikiLeaks, que deve tornar diplomatas mais discretos (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2012 às 18h09.

São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considerou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a "pisar" na realidade e "está mais sensato". A avaliação de FHC refere-se à declaração feita ontem por Lula, que reconheceu que os antecessores não tiveram as mesmas condições que ele ao assumir o comando do Palácio do Planalto.

"Que maravilha! Ele voltou a pisar no real", disse FHC. "Não no real, na moeda, mas na realidade. Ele ainda não é ex-presidente e já está mais sensato", afirmou o tucano à Rádio CBN. Num discurso de improviso, em visita ao Maranhão, Lula destacou ontem que o ex-presidente José Sarney (atual presidente do Congresso) "pegou o Brasil em época de crise" e que, na época de FHC, "o Brasil estava atolado numa dívida" com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na entrevista, concedida na manhã de hoje, o ex-presidente comentou os cerca de 250 mil documentos diplomáticos secretos divulgados no último domingo pelo site WikiLeaks, que se dedica a divulgar o conteúdo sigiloso. O tucano avaliou que o site deve contribuir para tornar mais discreto o comportamento de funcionários de Estado, limitando os comentários. "O que essa WikiLeaks e essas técnicas modernas todas mostram é que é muito difícil você ter conversas que não venham a público", afirmou.

"Sabe-se sempre que uma conversa reservada, qualquer que ela seja, quando aparece em público sem o contexto, ela pode produzir um impacto muito forte, muito negativo". O ex-presidente disse não acreditar que o site cause estragos maiores a médio prazo. "Ao menos que tenham informações de outra natureza realmente relevante, como aspectos de controle de espionagem", ponderou.

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