O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Tânia Rego/Agência Brasil)
Talita Abrantes
Publicado em 15 de fevereiro de 2019 às 17h51.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2019 às 18h15.
São Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) usou o Twitter para endereçar a sua primeira crítica direta ao governo do presidente Jair Bolsonaro. "Início de governo é desordenado, [mas] o atual está abusando. Não dá para familiares porem lenha na fogueira", afirmou em referência ao conflito entre o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente, que abriu a primeira grande crise da atual gestão.
"Problemas sempre há, de sobra. O presidente, a família, os amigos e aliados que os atenuem, sem soprar nas brasas. O fogo depois atinge a todos, afeta o país. É tudo a evitar", escreveu.
Inicio de governo é desordenado. o atual está abusando. Não dá para familiares porem lenha na fogueira. Problemas sempre há, de sobra. O Presidente, a família, os amigos e aliados que os atenuem, sem soprar nas brasas. O fogo depois atinge a todos, afeta o país. É tudo a evitar
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) February 15, 2019
Bebianno, que era considerado um dos homens fortes do governo Bolsonaro, está em uma situação delicada desde o último domingo, quando o jornal Folha de S.Paulo revelou um esquema envolvendo candidaturas laranjas no PSL no período em que o ministro comandava a legenda.
Questionado sobre sua permanência no cargo, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência respondeu que tinha conversado com o presidente em três momentos na última terça-feira (12). No Twitter, Carlos Bolsonaro disse que a versão era "uma mentira absoluta" e, em seguida, postou um áudio de uma conversa do presidente com seu ministro.
O caso gerou reações do alto escalão do governo, dos militares e até do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que defenderam a permanência do ministro. No fim da manhã, Bebianno foi informado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, de que permaneceria no governo.