Brasil

FGV: 59% dos empresários apontam competição de importados

Pesquisa da entidade avaliou o impacto da valorização do real frente ao dólar nas exportações

Segundo os empresários, setor de bens intermediários, como celulose e insumos, foi o maior prejudicado (Arquivo)

Segundo os empresários, setor de bens intermediários, como celulose e insumos, foi o maior prejudicado (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2010 às 15h27.

São Paulo - A maioria dos empresários da indústria brasileira avalia que enfrenta maior competição de produtos importados em seu setor neste fim de ano em comparação ao que ocorria no período anterior à crise financeira internacional (setembro de 2008). A Fundação Getúlio Vargas (FGV) incluiu uma pergunta na última Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação para avaliar o impacto da valorização do real em relação ao dólar nos diversos setores industriais.

Do total de 1.196 empresários consultados, 59% responderam que a competição aumentou em relação ao período pré-crise. Estes 59% representam a soma de duas respostas: 24% responderam que a competição aumentou muito e para 35%, aumentou pouco. Para outros 23% dos empresários, a competição externa se manteve estável, enquanto 1% respondeu que a concorrência externa diminuiu um pouco. E nenhum dos empresários consultados respondeu que a competição diminuiu muito. Outros 12% responderam que não há competição externa em seu setor de atuação e 5% não souberam ou não quiseram informar.

Entre os cinco setores, nos quais a FGV divide a sondagem, o maior número de empresários que apontou a concorrência foi o do setor de bens intermediários (celulose e insumos). Neste setor, 83% dos empresários responderam que a competição está mais acirrada do que no período pré-crise. Em seguida, aparece o setor de bens de capital, em que 73% dos empresários afirmaram que a competição está maior. No setor de bens de consumo duráveis, o índice foi de 68% e no de material para construção, 49%. O menor porcentual de empresários que reclamaram da competição externa foi no setor de bens de consumo não-duráveis, com apenas 23% de respostas.

Para o especialista em análises econômicas do Ibre, da FGV, Jorge Braga, o caso do setor de bens de consumo não-duráveis pode ser explicado pelo grande peso da indústria de produtos alimentícios neste segmento. De acordo com ele, esse foi o único setor em que o predomínio das respostas, ao contrários dos demais, foi totalmente diferenciado. A maioria (26%) respondeu que sua empresa não enfrenta competitividade externa.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorEmpresáriosExportaçõesImportaçõesIndústriaIndústrias em geral

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas