Brasil

Ferroviários decidem manter greve na CPTM após reunião

Não esclarecimento de algumas reinvidicações, como o aumento da licença-maternidade para as funcionárias, vai prolongar a greve dos funcionários da rede de trens

Sindicalistas alegam que a decisão de encerar o movimento só pode ser tomada em assembleia (Wikimedia Commons)

Sindicalistas alegam que a decisão de encerar o movimento só pode ser tomada em assembleia (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2011 às 15h20.

São Paulo - Os sindicalistas decidiram manter a greve na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ao longo desta quinta-feira, pelo menos até a realização das assembleias no fim do dia. Em reunião nesta manhã com o secretário os Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, e com o presidente da CPTM, Mário Bandeira, as partes esclareceram alguns pontos que já estavam acertados mas que, por falta de comunicação, não haviam sido determinados - como o aumento da licença-maternidade para as funcionárias. A CPTM não chegou a fazer uma nova proposta de reajuste salarial.

A companhia pediu que a assembleia de funcionários fosse antecipada para que a greve fosse finalizada ainda nesta tarde. "A reunião foi muito proveitosa para esclarecer alguns pontos como o caso da licença-maternidade. Nós respeitamos o movimento deles mas precisamos elaborar uma saída rápida para que a população não seja prejudicada", disse Fernandes ao deixar o encontro realizado na estação Brás da CPTM. Com a paralisação de todo o sistema, 89 estações estão fechadas em 22 municípios da região metropolitana. A estimativa é que cerca de 2,5 milhões de pessoas sejam prejudicadas durante o dia.

Após o fim da reunião, sindicalistas, representantes do governo do Estado e integrantes da companhia seguiram para o prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde vai haver uma nova audiência de conciliação. Na terça-feira, uma decisão havia estipulado que 90% das operações deveriam ser mantidas no horário de pico e 70% fora dele. A multa por descumprimento é de R$ 100 mil por dia. Há a possibilidade de que, após essa nova audiência, o movimento não encerre a greve, mas pelo menos passe a cumprir a decisão judicial. Os sindicalistas alegam que a decisão de encerar o movimento só pode ser tomada em assembleia.

O secretário afirma que haveria condições para manter um terço das operações com um efetivo de emergência, mas que, por questões de segurança, optou-se pelo não funcionamento. "Não seria totalmente seguro, pois estávamos com um número muito baixo de maquinistas. Precisaríamos deslocar algumas pessoas que não são totalmente treinadas para isso e as estações ficariam lotadas, o que aumentaria o risco de acidentes", justificou.

Reivindicação

Os funcionários pedem 5% de aumento real nos salários e cerca de 8% de correção sobre a inflação medida em São Paulo (IPC-Fipe), além de reajuste no valor do vale refeição. Em entrevista à rádio Estadão ESPN, Bandeira disse que o governo negocia um aumento progressivo e reclama que a categoria quer mais.

"Eles alegam que no passado tiveram perdas e queriam recompor tudo neste período de dissídio. Propusemos 1,75% em janeiro e fevereiro (sobre a inflação) e aumento real de 1,5%, mais correção de 8,66% na refeição. O que eles pedem daria um aumento de cerca de 80% no valor real. Não é possível num período tão pequeno ter uma correção nesta abrangência."

O presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, também foi convidado a participar da reunião, assim como o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda. O governo estadual afirma que a medida foi tomada para que houvesse "transparência", evidenciando que nenhuma das categorias seria mais valorizada que a outra. Não houve, no entanto, decisões sobre o possível fim da greve, que será determinada na assembleia entre funcionários nesta tarde.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasSetor de transporteEstatais brasileirasEmpresas estataisTransporte e logísticacidades-brasileirasMetrópoles globaisLicença-maternidadeSão Paulo capitalmobilidade-urbanaGrevesCPTM

Mais de Brasil

Não há ‘temas proibidos’ em conversa entre Lula e Trump, diz Alckmin

Presidente da Caixa deve defender bet do banco em reunião com Lula

Polícia Federal pode suspender emissão de passaportes por falta de verba

Deputados protocolam PEC da Reforma Administrativa