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Feminicídio: Senado aprova pensão especial para filhos de mães vítimas do crime

Após a decisão no Legislativo, a proposta seguirá para sanção do presidente Lula

Feminicídio: a proposta segue para sanção presidencial (Sergio Lima/Getty Images)

Feminicídio: a proposta segue para sanção presidencial (Sergio Lima/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 4 de outubro de 2023 às 17h54.

Última atualização em 4 de outubro de 2023 às 18h25.

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, 3, o Projeto de Lei nº 976/22, que prevê o pagamento de pensão especial aos filhos e dependentes menores de idade, órfãos em razão do crime de feminicídio, cuja renda familiar mensal per capita seja igual ou inferior a um quarto do salário mínimo — R$ 1,32 mil. A proposta segue para sanção presidencial.

Fernanda Perregil, especialista em direito antidiscriminatório, lembra que, desde 2015, a Lei nº 13.014 qualificou como feminicídio o homicídio de mulheres em razão de sua condição de gênero.

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"Contudo, em que pese o advento de lei específica, nos últimos anos, de 2017 a 2022, mesmo com a queda no número de homicídios em geral, houve um aumento de 37% nos registros de feminicídio", destaca.

Segundo dados do monitor da violência apenas entre 2021 e 2022 o aumento foi de 5,5% nesse tipo de caso.

Fernanda considera o problema "grave e que precisa ser intolerado". "O projeto aprovado no Senado é uma política reparatória para promover algum suporte aos filhos menores das mulheres vítimas de feminicídio", observa a advogada.

Em seu entendimento, os filhos 'acabam sofrendo com essa violência em vários aspectos, seja na perda familiar, seja na ausência do cuidado e afeto da mãe, e também pela possibilidade de desamparo financeiro'.

"Os impactos dessa violência são inúmeros e precisam ser mitigados, mesmo que nunca neutralizados, principalmente pensando nos filhos que convivem com uma tragédia como essa", diz.

A advogada Juliana Bignardi Tempestini, criminalista, avalia que o projeto é um avanço importante na proteção dos direitos de crianças e adolescentes órfãos, 'que acabam ficando desamparados e, muitas vezes, sem auxílio de suas famílias'.

"Esse novo benefício de caráter indenizatório vai poder propiciar um futuro melhor a tantos jovens que, desde cedo, enfrentam a tragédia de perderem suas mães vítimas do hediondo crime de feminicídio", projeta Juliana.

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