Eduardo Cunha: presidente da Casa havia comparecido de surpresa à CPI na semana passada para declarar que estava à disposição da comissão (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2015 às 11h21.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deve depor na CPI da Petrobras na quinta-feira, informou nesta terça o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
Motta disse ter recebido um telefonema em que Cunha expressou novamente seu desejo de prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que apura denúncias de corrupção em contratos da Petrobras.
Antes mesmo da confirmação oficial do STF, o presidente da Casa havia comparecido de surpresa à CPI na semana passada para declarar que estava à disposição da comissão.
"Recebi uma ligação do presidente (Cunha) expressando o seu desejo de vir a esta comissão e nós estamos aqui marcando para a próxima quinta-feira", disse Motta.
Segundo o presidente da CPI, além de Cunha, a comissão deve contar com o depoimento do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli no mesmo dia.
Na última sexta-feira, o ministro do STF Teori Zavascki, relator do caso, autorizou a abertura de 21 inquéritos para investigar 49 pessoas, sendo 47 políticos com ou sem mandato e outros dois supostos envolvidos.
Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão entre os investigados. Ambos são alvo de requerimentos de convocação à CPI protocolados na segunda-feira.
O envolvimento de parlamentares em esquema de corrupção na Petrobras é apurado pela Justiça com base nos depoimentos de delação premiada do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
As denúncias de corrupção na empresa motivaram a criação neste ano da CPI na Câmara, que tem a primeira oitiva nesta terça, quando os deputados devem ouvir o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, que também fechou acordo de delação premiada à Justiça.