Carro da Polícia Federal: lista não está prevista em lei e atende a interesses de apenas 10% dos servidores da PF, diz entidade (Sergio Moraes/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2016 às 19h20.
Depois de a Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) ter anunciado lista tríplice para sugerir o nome do novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) se posicionou contra o procedimento.
Segundo o presidente da entidade, Luís Boudens, a lista não está prevista em lei e atende a interesses de apenas 10% dos servidores da PF.
"Não existe previsão legal para uma lista tríplice. Esta é uma tentativa de pressionar o ministro da Justiça a escolher alguém alinhado com as ideias corporativas", disse Boudens. Ele acrescentou que se houvesse previsão para este tipo de indicação, a lista deveria ser feita com a votação de todos os servidores da corporação.
Segundo Boudens, a Fenapef oficiou um pedido de audiência com o ministro Alexandre de Moraes e um dos assuntos a ser abordado será a lista tríplice.
Diretor-geral O cargo de diretor-geral da Polícia Federal é de livre escolha do Presidente da República. Porém, este ano, a Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal fez uma votação entre os membros da entidade para indicar três nomes de candidatos ao cargo.
A delegada Erika Mialik Marena, responsável por coordenar as investigações da Operação Lava Jato na Polícia Federal (PF) de Curitiba, foi a mais votada pelos pares para assumir a direção da entidade.
O atual ocupante do cargo, Leandro Daiello, está na função desde o início de 2011, quando foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo a ADPF, Daiello anunciou que deixará o posto após o fim da Olimpíada do Rio 2016, motivo pelo qual a categoria resolveu se antecipar e apresentar uma lista tríplice.
Para legitimar a indicação, a Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal argumenta que a escolha por meio da lista, mesma prática adotada na seleção do procurador-geral da República, é a forma mais segura de garantir gestão técnica e autonomia à Polícia Federal.