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Fecomercio: alta da Selic tira R$ 3bi das famílias e empresas

Representantes da industria e do comércio consideram precipitada a decisão do BC em elevar os juros

Para Fecomercio, decisão da equipe de Alexandre Tombini atrapalha o desenvolvimento do país (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Para Fecomercio, decisão da equipe de Alexandre Tombini atrapalha o desenvolvimento do país (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 21h00.

São Paulo - A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar a Selic em 0,5 ponto percentual tira 3 bilhões de reais do consumo das famílias e dos investimentos das empresas brasileiras, segundo cálculos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio).

“A medida é negativa e atrapalha a atividade econômica do país, porque torna os financiamentos mais caros e freia o consumo”, diz o presidente da Federação, Abram Szajman. Ainda segundo a entidade, o próprio governo perde com a elevação dos juros. Nas contas da Fecomercio, para cada ponto de elevação da Selic, os cofres públicos são onerados em cerca de cerca de 10 bilhões de reais por ano. Assim, o novo aumento adiciona às despesas públicas 5 bilhões de reais em pagamento com juros.

Na opinião da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a alta da Selic foi uma decisão "precipitada, e que compromete a capacidade de crescimento de longo prazo da economia". Segundo o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, os efeitos das medidas prudenciais anunciadas pelo Banco Central em dezembro ainda não foram observados plenamente. Ele diz que a autoridade monetária poderia ter esperado mais para elevar os juros.

Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a primeira reunião do Copom sob o comando de Alexandre Tombini foi sinônimo de "um mal começo". A entidade também considerou um erro a decisão do BC em elevar a Selic.

"Com decisões como essa, em 2011, o governo federal vai gastar 200 bilhões de reais com juros. Para a saúde teremos apenas 72 bilhões de reais e para a educação, 60 bilhões de reais. Com esse dinheiro, poderíamos viabilizar a construção de mais 390 mil casas do Programa Minha Casa Minha Vida, ou custear dois terços do Programa Bolsa Família no ano inteiro de 2011", diz o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. 

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