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Fechamento de garagens e terminais dificultam manhã em SP

Nenhum ônibus saiu das 12 garagens de cinco empresas de transporte público, além de três terminais permanecerem fechados em São Paulo

Ônibus parados em garagem durante paralisação em São Paulo: greve ocorre desde ontem (Nacho Doce/Reuters)

Ônibus parados em garagem durante paralisação em São Paulo: greve ocorre desde ontem (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 10h52.

São Paulo - Nenhum ônibus saiu das 12 garagens de cinco empresas de transporte público da capital paulista, na manhã de hoje (21), segundo a São Paulo Transportes (SPTrans).

Motoristas e cobradores contrários à proposta de negociação salarial aprovada pelo sindicato da categoria esta semana fazem protestos desde ontem.

Além das garagens, os terminais Lapa, na zona oeste; Capelinha, na zona Sul; e Parque Dom Pedro, na região central, permanecem com entrada e saída bloqueados, fazendo com que paulistanos tenham dificuldade para chegar ao trabalho nesta manhã.

Viviane Dias, 30 anos, chegou ao terminal de lotação por volta das 9h.

Ela precisava ir à Higienópolis, na região central, para uma entrevista de emprego.

“Não sabia que estava fechado. Nem posso pagar um táxi. Espero que eles entendam”, lamentou.

A bancária Rita Vieira, que também demorou mais tempo para chegar em casa ontem, encontrou dificuldades hoje de manhã.

“Moro em Guarulhos. Ontem, sai às 16h do trabalho e só cheguei em casa às 10h da noite. E ainda tive que pagar R$ 80 em um táxi. Agora, meu cunhado me deu uma carona até a estação”, disse.

Desde a manhã de ontem (20), motoristas e cobradores atuam para impedir a circulação de coletivos na cidade, estacionando veículos atravessados nas saídas dos terminais e nas ruas. 

De acordo com o secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto, em muitos casos, as chaves dos ônibus foram jogadas e os pneus, furados. Pelo menos 13 terminais de ônibus dos 28 existentes foram bloqueados.


Muitos funcionários foram ao Terminal Lapa para acompanhar as negociações e saber se teriam que retomar o trabalho.

Sem se identificar, um cobrador disse que sabe que o movimento é parte de uma disputa sindical, de um grupo que discorda da forma como a negociação foi feita.

“Mas todo mundo aqui concorda com a questão. Por isso que as pessoas foram aderindo. É um absurdo esse aumento de 10%, se tirar a inflação que foi de 7%, fica quase nada”, avaliou.

Outra funcionária, que também não quis se identificar com medo de retaliação, disse que interrompeu a atividade ontem por volta das 10h30 depois que um homem entrou no coletivo e pediu que todos descessem.

“Ele não se identificou. Disse que era para todo mundo descer senão ele ia colocar fogo. Eu fui a primeira a descer”, relatou.

O fato ocorreu na Avenida Faria Lima, próximo ao metrô, onde muitos ônibus permaneciam estacionados no início da noite de ontem, bloqueando a avenida.

Ela destaca, no entanto, que concorda com o movimento e que não retomará as atividades hoje.

Segundo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, mais de 4 mil trabalhadores compareceram à assembleia na última segunda-feira (19) que aprovou a proposta de reajuste de 10% no salário, vale-alimentação mensal no valor de R$ 445, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de R$ 850, melhoria dos produtos da cesta básica, 180 dias de licença-maternidade e reconhecimento da insalubridade, dando o direito à aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho.

O secretário de finanças do sindicato, Edvaldo Santiago, avalia que o movimento é uma ação espontânea pelo descontentamento de alguns trabalhadores.

“A proposta foi aprovada com quase unanimidade na assembleia e o reajuste foi considerado bom. A adesão ocorre porque há um movimento de protestos no Brasil inteiro e precisamos entender isso”, avaliou.

Ele considerou equivocado, no entanto, que os trabalhadores tenham se organizado sem a participação do sindicato.

“O sindicato está trabalhando para que as coisas voltem à normalidade”, declarou.

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