Brasil

Faturamento de padarias cresceu 13,7% em 2010

Setor faturou R$ 56,3 bilhões com a abertura de 50 mil vagas de trabalho, mas reclama da falta de mão de obra qualificada

Padaria em Sâo Paulo: setor é responsável por 758 mil empregos diretos no país (Mario Rodrigues/Veja SP)

Padaria em Sâo Paulo: setor é responsável por 758 mil empregos diretos no país (Mario Rodrigues/Veja SP)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2011 às 14h37.

São Paulo – O faturamento do setor da panificação cresceu 13,7% em 2010, totalizando R$ 56,3 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Panificação (Abip), divulgados hoje (1º), em São Paulo. Em 2009, o faturamento foi de R$ 49 bilhões, que representou crescimento de 12,61% em comparação com 2008.

O crescimento da indústria de panificação se refletiu na abertura de postos de trabalho. No ano passado, foram 50 mil vagas abertas (crescimento de 3,4% sobre 2009), das quais apenas metade foi preenchida.

De acordo com o coordenador nacional do Programa de Apoio à Panificação (Propan) da Abip, Márcio Rodrigues, a demanda por contratações é resultado da modernização das padarias, da complementação com novos serviços, como o de restaurante, e da oferta de uma variedade maior de produtos. “Porém, fechamos o ano com o déficit de 25 mil vagas não preenchidas porque não há mão de obra qualificada”. Rodrigues reforçou que a panificação é responsável por 758 mil empregos diretos e 1,8 milhão de empregos indiretos.

“O número de postos de venda, novos serviços como café da manhã e almoço e a ampliação do mix de produtos geraram demanda muito grande para a contratação. Há empresas que abriram e tiveram de levar funcionários de outros estados. Nós temos esse grande desafio, que é a geração de mão de obra. Não adianta formar e qualificar pessoas se as empresas não se transformarem em ambientes atraentes para que os jovens tenham intenção de trabalhar nessas empresas”, avaliou Rodrigues.

Os dados revelaram ainda que, em 2010, o país tinha 63,2 mil padarias, 20% na informalidade. Apenas 5% lideram o processo de modernização do setor, 22% são emergentes, 27% vivem na estagnação e 25% são conservadoras e têm a tendência de desaparecer. O número de clientes aumentou 2,8% em 2010, percentual maior do que o registrado em 2009 (na comparação com 2008), quando o aumento foi de 1,7%. O tíquete médio (valor médio do gasto por cliente) teve elevação de 10,9% em 2010, contra 8,97% em 2009 (sempre na comparação com o ano imediatamente anterior).

O diretor executivo da Abip, Giovani Assis Mendonça, ressaltou que a preocupação atual é convencer os parlamentares, que vão participar este mês de um encontro com representantes do setor, de que é preciso desonerar o pão francês. Segundo a associação, 16% do preço final do pão são impostos. “Sabemos que a desoneração impactará no preço do pão francês, sabemos que ele é um produto consumido por todas as classes e, principalmente, porque é o pão que o brasileiro consome de forma expressiva dentro desse mix de produtos vendidos nas padarias”. Com a redução dos impostos que recaem sobre as padarias, Mendonça crê que o número de empresas que ainda atuam na informalidade vai cair ainda mais.

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