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Famílias sem-teto acampam área próxima ao Arena Corinthians

O total de famílias assentadas desde o sábado passado triplicou nos dois últimos dias e acredita-se que aumentará ao longo da semana


	Arena Corinthians (Itaquerão): ocupação foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST)
 (Beatriz Souza/ EXAME.com)

Arena Corinthians (Itaquerão): ocupação foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST) (Beatriz Souza/ EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2014 às 19h18.

São Paulo - O número de famílias acampadas em um terreno situado próximo à Arena Corinthians, em São Paulo, chegou nesta segunda-feira a 1.500, informaram os organizadores do acampamento destinado a exigir moradias.

O total de famílias assentadas desde o sábado passado triplicou nos dois últimos dias e acredita-se que aumentará ao longo da semana, já que a chegada de sem-teto ao terreno não para.

A ocupação foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST).

Desde primeira hora de hoje, vários grupos de pessoas constroem casas improvisadas de lona e bambu, que se somam às centenas de barracos instalados durante o fim de semana.

"A ocupação é uma demonstração de que os investimentos da Copa em Itaquera não atenderam aqueles que mais precisam. Enquanto foi gasto mais de R$1 bilhão no estádio, sem contar as obras de acesso, milhares de famílias não têm acesso à moradia em Itaquera", denunciou o MTST em comunicado publicado em sua página no Facebook.

No mesmo texto o grupo afirmou que o terreno é uma propriedade particular, abandonado há mais de 20 anos, localizado próximo ao Parque do Carmo e há cerca de quatro quilômetros do estádio.

Eles afirmam ainda que as famílias que ocupam o terreno viviam em áreas de risco, favelas ou sem condição para pagar o aluguel em virtude da especulação imobiliária, resultado da construção do estádio que receberá a abertura da Copa.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou hoje que a propriedade do terreno está sendo investigada pela prefeitura. O acampamento foi batizado pelos moradores de "Copa do Povo". O nome foi resolvido em assembleia realizada na noite de ontem.

"Eu pedi para apurar a situação fiscal, quem é o proprietário, se deve para a prefeitura, se a área é passível para a construção de moradia", disse Haddad, que apontou a possibilidade de transformar o terreno em uma área de interesse social através do Plano Diretor da cidade.

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