Brasil

Família soube de estupro coletivo de criança por vídeo

A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) está procurando a casa onde ela foi abusada e os autores do estupro

Rio: o vídeo tem cerca de um minuto e está sendo disseminado pelo WhatsApp e o Facebook (foto/Thinkstock)

Rio: o vídeo tem cerca de um minuto e está sendo disseminado pelo WhatsApp e o Facebook (foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de maio de 2017 às 13h41.

Rio - A família da menina de 12 anos vítima de um estupro coletivo na Baixada Fluminense, na semana passada, só soube do crime ao ver o vídeo gravado pelos estupradores e compartilhado em redes sociais.

Neste sábado, 6, a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) está procurando a casa onde ela foi abusada e os autores do estupro.

O vídeo tem cerca de um minuto e está sendo disseminado pelo WhatsApp e o Facebook.

Mostra a criança cercada por quatro homens nus, enquanto um outro o a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) está procurando a casa onde ela foi abusada e os autores do estupros filma.

Ela grita enquanto é estuprada e tenta esconder seu rosto com um almofada. Um dos estupradores diz: "Cala a boca, se alguém ouvir sua voz vai saber que é tu." Outro fala: "Tapa o rosto da novinha."

O estupro teria sido no último domingo, depois de uma festa numa comunidade pobre da Baixada Fluminense (o nome do município não está sendo divulgado, para a preservação da vítima). Ela teria sido enganada pelos estupradores, de modo que ficasse mais no local e fosse violentada. Eles teriam ligações com o tráfico de drogas local.

A menina deve prestar depoimento segunda-feira, e encaminhada para exame íntimo. A denúncia à Dcav foi feita na sexta-feira por uma tia, que contou que a sobrinha está muito abalada com a violência sofrida, e que, inclusive, pensava em fugir de casa. Ela não contou à família que havia sofrido o estupro por vergonha e medo de represálias dos criminosos.

A delegada Juliana Emerique de Amorim disse que não há dúvida de que houve estupro e que os responsáveis irão responder não só por este crime (pena de até 15 anos), mas também por terem filmado e divulgado as imagens (pena de até oito anos).

Quem armazenou (em celulares ou computadores) e compartilhou as cenas também será implicado. Provedores e sites estão sendo oficiados para retirar o conteúdo do ar.

"É um crime abominável, muito grave, que demanda uma ação imediata. Equipes da Dcav estão na rua para tentar identificar principalmente o local e os personagens envolvidos. Não só aqueles que praticaram o ato, mas todos aqueles que estejam difundindo essas imagens pela internet. Não vou parar as investigações durante o fim de semana", ela declarou, na sexta, horas após a denúncia.

"A gente não quer que a adolescente trave e não fale mais do que aconteceu. Isso não pode ficar impune. É uma falta não só com a ela e com a família, mas com a sociedade, que já viu o mesmo crime acontecer há um ano atrás", pontuou a delegada.

Em maio de 2016, a Dcav investigou o estupro coletivo de uma menina de 16 anos na zona oeste do Rio, que resultou na condenação de três homens. Dois estão presos e um está foragido até hoje.

Acompanhe tudo sobre:CriançasEstuproPedofiliaRio de Janeiro

Mais de Brasil

STF pode rediscutir compensação da desoneração da folha, diz Haddad

Lula confirma Pedro Lucas como novo ministro das Comunicações após indicação do União Brasil

Revisão da vida toda do INSS: aposentados que receberam a mais não precisarão devolver valores

Haddad: Fazenda ainda não estuda ampliação de isenção de conta de luz