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Família e vizinhas de mulher arrastada prestam depoimento

Delegado informou que aguarda o resultado dos laudos da perícia, do local e das armas, tanto dos policiais como as apreendidas na ação


	Três policiais militares acusados de arrastar a auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira prestaram depoimento na delegacia de Madureira, zona norte da capital fluminense
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Três policiais militares acusados de arrastar a auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira prestaram depoimento na delegacia de Madureira, zona norte da capital fluminense (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 22h51.

Rio de Janeiro - O delegado da 29ª Delegacia de Polícia (DP), em Madureira, Carlos Henrique Machado, responsável pelas investigações da morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, informou que aguarda o resultado dos laudos da perícia, do local e das armas, tanto dos policiais como as apreendidas na ação.

O delegado solicitou ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli perícias complementares para tentar apontar o tipo de arma que foi usada no homicídio de Cláudia e estimar o tempo da morte dela. O delegado acrescentou que a reconstituição do crime só deve ocorrer daqui a 15 dias.

Hoje (21), o viúvo de Cláudia, Alexandre Fernandes da Silva, a filha mais velha, Thaís, e mais duas moradoras da comunidade prestaram depoimento. Além deles, o delgado já ouviu oito policiais militares.

O advogado da família, João Tancredo, acompanhou os depoimentos, e disse que as moradoras contaram que Cláudia foi ferida quando andava em direção aos policiais. Elas negaram que tenha havido confronto entre policiais e traficantes. “O Alexandre e a Thaís prestaram depoimentos do que ouviram falar. Thaís chegou quando a mãe estava caída no chão, mas as testemunhas viram quando Cláudia foi atingida, o que é muito diferente. Reforça a tese de que ela foi morta no local”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o advogado, a retirada do corpo de Cláudia do local onde foi atingida, foi feita para mudar a cena do crime. “Isso é uma característica, e acontece muito no Rio de Janeiro. Retira-se o corpo da pessoa já morta no local com a intenção de alterar o cenário e com isso dificultar a perícia. É claro que isso acabou acontecendo. Agora com o depoimento das testemunhas vai ocorrer uma reprodução simulada do fato e com peritos no local, como foi feito no caso Amarildo”, analisou.

João Tancredo disse ainda que a família ficou triste com a liberação, hoje, dos policiais que arrastaram, em um carro da PM, o corpo da auxiliar de serviços gerais por cerca de 300 metros, na Estrada Intendente Magalhães, após ela ter sido ferida.

O advogado acrescentou que mais do que tristeza tanto a família como os moradores da comunidade sentem medo com a liberdade dos policiais. É muito difícil para a família entender a libertação deles. Mas, mais que tristes, assim como os moradores, estão com medo deles estarem soltos”, contou.

Indignado com a libertação dos policiais, o viúvo Alexandre disse que “para eles não tem Justiça. Justiça tem para mim. Se eu chegar ali e der uma paulada em um ali, eu vou para a cadeia. E aí? Vocês acham que a gente não fica com medo?, questionou.

O advogado esclareceu que como não foi configurado o crime dos três policiais, porque não ficou caracterizado que eles atiraram e quiseram transportar o corpo para mudar a cena, eles teriam que ser soltos. João Tancredo, ponderou, no entanto, que diante dos depoimentos das testemunhas, se a polícia chegar à conclusão de que eles participaram da morte, os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves podem ser presos por homicídio.

“Se chegarem à conclusão de que quem atingiu foi o mesmo que socorreu, aí vai responder pelo homicídio, pela alteração do local do crime e por formação de quadrilha, porque se juntaram para cometer o crime. Pode complicar muito a vida deles”, explicou.

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