Brasil

Família de Aécio Neves tinha conta secreta em paraíso fiscal

Segundo reportagem da revista Época, a família do senador teria recebido 32 mil dólares através de um doleiro.


	Aécio Neves: os advogados do senador afirmam que a família não tinha conhecimento da conta secreta no banco LGT
 (Marcos Fernandes/Divulgação/PSDB)

Aécio Neves: os advogados do senador afirmam que a família não tinha conhecimento da conta secreta no banco LGT (Marcos Fernandes/Divulgação/PSDB)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 16 de março de 2016 às 11h37.

São Paulo – Documentos de investigações da Polícia Federal (PF) de 2007 revelam que o doleiro, Norbert Muller, repassou pelo menos 32 mil dólares para uma conta secreta em nome da família do senador Aécio Neves no LGT Bank de Liechtenstein, paraíso fiscal. 

Segundo as informações coletadas pela revista Época, em fevereiro de 2007 a PF investigava Muller e sua mulher, Christine Puschmann, suspeitos de chefiar uma das mais secretas e rentáveis centrais bancárias clandestinas do Brasil. O serviço oferecido pelo casal consistia em criar contas em bancos estrangeiros no mais absoluto sigilo. 

De acordo com a publicação, entre os 75 “clientes” encontrados pela polícia estava “Bogart e Taylor” – nome escolhido pela mãe e sócia de Aécio para batizar a fundação que, segundo ela, destinaria recursos para a educação de seus netos. 

Na época, a PF não identificou declaração de existência da fundação e da conta bancária à receita federal ou ao Banco Central. 

Procurados pela reportagem da Época, os advogados da família Neves confirmaram que a mãe de Aécio pretendia criar a fundação, mas que a conta no LGT foi aberta sem o conhecimento da família.

Na delação de Delcídio do Amaral, homologada na tarde de ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o senador cita a conta secreta. 

“Aécio Neves era beneficiário de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato. Essa operação financeira teria sido estruturada por um doleiro do Rio de Janeiro e não se pode afirmar se há relação entre essa fundação e o mensalão mineiro”, diz a delação de Delcídio. 

A investigação foi arquivada pelo Ministério Público. Segundo a reportagem, o MP fez a ressalva que, em caso de novas provas, reabriria o caso. 

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesCorrupçãoDelcídio do AmaralEscândalosFraudesMinistério PúblicoOperação Lava JatoPersonalidadesPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas