Brasil

Família busca por conta própria parente desaparecido em Brumadinho

Em levantamento atualizado, as autoridades contabilizam 99 mortos e 259 desaparecidos por causa do desastre

Brumadinho: no 7º dia após desastre, esperança diminui e número de vítimas aumenta (Adriano Machado/Reuters)

Brumadinho: no 7º dia após desastre, esperança diminui e número de vítimas aumenta (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 09h39.

Última atualização em 31 de janeiro de 2019 às 09h39.

Todas as plantações e chácaras que estavam ao lado da Vale, no Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), foram tragadas pela lama no momento em que a Barragem 1 se rompeu, no dia 25. O cenário é de catástrofe. Foi na beira deste mar de lama que a ação desesperada de uma família chamava a atenção.

Vanderson Geraldo da Fonseca, 31 anos, lavrador, buscava o cunhado, Paulo Giovani dos Santos, 40 anos, agricultor, desaparecido desde o dia da tragédia. "A expectativa é só encontrar o corpo para dar um basta. [Encontrá-lo] com vida, a gente não acredita mais."

Familia de Paulo faz buscas por conta própria em Brumadinho

Familia de Paulo faz buscas por conta própria em Brumadinho - Divulgação TV Brasil (TV Brasil)

Na busca desesperada, parentes usam pás, enxadas e até cavam com as próprias mãos. O motorista Pedro Ferreira dos Santos, 43 anos, é um dos 10 irmãos de Paulo Giovani.

Paulo Giovani era caseiro de uma chácara que ficava ao lado da Vale. Com o rompimento da barragem de rejeitos, a piscina, a área verde e a casa onde Paulo morava foram arrastados pela lama. Tereza Ferreira do Nascimento, 41 anos, dona de casa, é uma das irmãs de Paulo e também auxiliava nas buscas.

Ela conta, emocionada, da angústia de seguir sem respostas. "Se a gente encontrar o corpo, a gente vai pelo menos fazer o enterro e dar um ponto final na história."

Genro de Paulo, Gean Carlos Soares, buscava não só o sogro desaparecido, mas também o tio, que trabalhava na Vale. Desde sexta-feira, ele vai até a região em busca de informações. "Só quem tá vendo de perto, viu que estrago que fez aqui. A chance de estar vivo pode descartar."

Depois de cinco dias seguidos, Gean conta que seria a última vez que iria até o local.

Acompanhe tudo sobre:Brumadinho (MG)Minas GeraisMortesVale

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas