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Faltam vagas para internar dependentes de crack no Rio

A advertência é do médico Paulo Cesar Geraldes, responsável pela Câmara Técnica de Psiquiatria e Saúde Mental do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro


	Viciados em crack nas proximidades de uma favela carioca: “aqui no Rio não tem onde internar os pacientes", disse Paulo Cesar Geraldes
 (©AFP / antonio scorza)

Viciados em crack nas proximidades de uma favela carioca: “aqui no Rio não tem onde internar os pacientes", disse Paulo Cesar Geraldes (©AFP / antonio scorza)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 20h10.

Rio de Janeiro – A nova política de internação involuntária de adultos dependentes de crack, adotada a partir de hoje (19) pela prefeitura do Rio, poderá esbarrar na falta de vagas e de profissionais na rede pública municipal. A advertência é do médico Paulo Cesar Geraldes, responsável pela Câmara Técnica de Psiquiatria e Saúde Mental do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).

“Aqui no Rio não tem onde internar os pacientes. Além disso, é necessário que se tenha uma equipe preparada para atender a esse tipo de problema”, disse o representante do Cremerj. Ele se mostrou favorável à internação involuntária. “Nós somos a favor da internação do paciente, que infelizmente não tem o autocontrole. Essa droga [o crack] tira completamente o desejo do indivíduo de fazer qualquer coisa, a não ser quando ele cai em si e vê que está acabando com sua vida”.

Geraldes disse que essas operações só podem ocorrer com acompanhamento direto de um profissional de medicina. “Só pode ser feito com médico, que tem de avaliar se é caso de internação ou não, inclusive na internação compulsória, que é feita pelo juiz. Ele consulta o médico para saber realmente se o caso seria de internação.”

O representante do Cremerj salientou que as ações de recolhimento devem ser feitas com cuidado, respeitando a dignidade dos usuários. “A operação deve ser feita com os profissionais preparados para isso. Não pode ser feita de forma atabalhoada nem policialesca. São seres humanos que têm esse problema e têm direito a atendimento digno, como todas as outras pessoas.”

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) foi procurada para comentar a avaliação do Cremerj, mas não se pronunciou até a publicação desta matéria.

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