Brasil

Faltam inovação e atendimento primário na saúde, dizem especialistas

Para os especialistas reunidos no EXAME Fórum Saúde, é importante dar atendimento primário ao paciente para que ele não precise ir ao hospital

EXAME Fórum Saúde: André Lahóz coordena o debate com Lídia Abdalla, do Laboratório Sabin, Denise Eloi, do Instituto Coalizão Saúde e Adriano Caldas, da Johnson & Johnson Medical Devices (Cristiano Mariz/Exame)

EXAME Fórum Saúde: André Lahóz coordena o debate com Lídia Abdalla, do Laboratório Sabin, Denise Eloi, do Instituto Coalizão Saúde e Adriano Caldas, da Johnson & Johnson Medical Devices (Cristiano Mariz/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2018 às 13h51.

Brasília — Garantir atendimento médico a uma população cada vez mais velha exige investimentos em tecnologia e reestruturações no sistema de saúde brasileiro. Essa é uma das conclusões dos especialistas reunidos no EXAME Fórum Saúde, realizado nesta quinta-feira (21), em Brasília.

Para Lídia Abdalla, presidente do Laboratório Sabin, a redução dos custos da saúde pública requer, sobretudo, mais atenção à assistência primária. “A gente fala em prevenção, mas a gente precisa falar em desospitalização. Quando a gente atende o paciente? Quando ele entra no pronto-socorro do hospital. Esse é o tratamento mais caro porque o médico não conhece o histórico do paciente e, muitas vezes, exige exames mais complexos”, diz.

Abdalla foi uma das debatedoras do EXAME Fórum Saúde, que discutiu formas de ampliar o acesso à saúde no país e de prolongar a vida dos brasileiros.

A diretora-executiva do Instituto Coalizão Saúde, Denise Eloi, afirmou que o sistema de saúde brasileiro ainda está organizado para atender demandas do século passado. Para ela, as curvas de envelhecimento populacional e de custos impõem que a sociedade discuta o quanto está disposta a investir em saúde.

“Nós reclamamos de subfinanciamento do sistema, mas também temos alocado os recursos de forma equivocada. A grande porta de entrada da saúde ainda é o hospital. Nós temos um sistema que não privilegia a tecnologia e uma estrutura de serviços hospitalares que opera abaixo da escala ideal. O setor privado tem acordado para a importância de investir na atenção primária”, diz Denise.

Para o presidente da Johnson & Johnson Medical Devices, Adriano Caldas, é necessário avaliar como e onde aplicar recursos em inovação. "No momento em que a gente tem um centro de referência médica com capacidade de investir em tecnologia e de definir os melhores protocolos, a gente consegue melhores resultados, inclusive no sistema público."

Em outro painel, o presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Leandro Fonseca da Silva, pontuou que a regulação dos planos de saúde aumentou o número de beneficiários no país. Segundo ele, a criação da ANS mitigou o surgimento de empresas “aventureiras” e garantiu direitos aos usuários.

"A regulação setorial não impediu o crescimento do setor. Ao contrário: antes da ANS, havia limites de dias de internação ou mesmo limites de consulta. Hoje, se um indivíduo está hospitalizado, ele não sairá do hospital porque atingiu o número de dias [previsto no contrato]. Ele irá concluir o tratamento", afirma Silva.

Acompanhe tudo sobre:Brasíliaeventos-exameEXAME FórumMedicinaSaúde

Mais de Brasil

Comissão de Segurança do Senado aprova porte de arma para defesa pessoal de advogados

TCU analisa nesta quarta resultados preliminares de auditoria na Previ após déficit em 2024

Linha 2 do metrô tem 11 estações fechadas após desabamento de muro no Engenho da Rainha

Prefeito de Barueri (SP) tem mandato cassado pela Justiça Eleitoral e é condenado à inelegibilidade