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Faltam (apenas) 1.000 dias para a Copa; outros 1.417 dias já se foram

Para compensar atraso, obras de infraestrutura serão tocadas sem licitação

Festa pela escolha do Brasil: 1.417 dias depois, devemos comemorar ou temer? (Wikimedia Commons)

Festa pela escolha do Brasil: 1.417 dias depois, devemos comemorar ou temer? (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2011 às 08h12.

São Paulo – Faltam 1.000 dias para a Copa do Mundo no Brasil. No dia 30 de outubro de 2007, o Brasil foi escolhido – na verdade, apenas confirmado, pois não havia concorrentes – sede da Copa de 2014. Desde então, já se passaram 1.417 dias e poucos avanços foram efetivamente notados nos preparativos para o maior evento de futebol do planeta.

Na base do desespero, o governo criou regras diferenciadas para que obras possam ser feitas sem licitação. Ganha-se tempo e perde-se controle dos gastos.

O trauma dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, ainda está muito vivo na memória dos brasileiros. Obras superfaturadas, equipamentos entregues em cima da hora e elefantes brancos abandonados.

No quesito superfaturamento, o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal terão muito trabalho com as obras da Copa. O antigo ditado “A pressa é inimiga da perfeição” normalmente é transformado em “A pressa é amiga da corrupção”.

Quanto ao cumprimento dos prazos, já houve inúmeros alertas sobre o risco de o Brasil passar vergonha em 2014. A possibilidade de greves dos trabalhadores envolvidos nas obras é uma das ameaças ao cronograma estabelecido. O Maracanã e o Mineirão foram os alvos mais recentes dessas paralisações.


Intervenções do Judiciário – pertinentes ou não – também devem ser previstas. A presidente Dilma Rousseff, inclusive, ficou contrariada com a recente decisão da Justiça Federal de São Paulo de barrar as obras sem licitação do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

Ainda no tema aeroportos, não há garantias de que o de Natal, finalmente entregue nas mãos da iniciativa privada, ficará pronto até o início da Copa do Mundo.

Há quem diga que a Fifa tem um plano B nas mangas. Se a Copa das Confederações – uma espécie de ensaio geral que acontecerá em 2013 – fracassar, o Brasil receberá cartão vermelho e algum país que já tem a infraestrutura pronta será chamado às pressas.

Já em relação aos elefantes brancos, o jogo está perdido. Há estados que não têm times nem na segunda divisão do campeonato brasileiro. Como fazer para garantir recursos para a manutenção do estádio com um público médio inferior a cinco mil pagantes? É o caso de Manaus, Cuiabá, Brasília...

Faltam 1.000 dias para o jogo de abertura da Copa, em 12 de junho de 2014. Dado o atraso nas obras de infraestrutura, não sabemos se esse número “mágico” deve ser celebrado ou temido.

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