Brasil

Falta d'água cria atrito entre município e governo de SP

O secretário municipal de Governo, Chico Macena (PT), disse que falta "transparência" à estatal


	Sabesp: o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, rebateu dizendo ser "mentira" do petista a ocorrência de rodízio (Divulgação)

Sabesp: o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, rebateu dizendo ser "mentira" do petista a ocorrência de rodízio (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 10h22.

São Paulo - A Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado trocaram acusações ontem (16) em meio à crise hídrica do Sistema Cantareira. Após o jornal O Estado de S. Paulo revelar ofício da gestão Fernando Haddad (PT) sobre racionamento de água entre meia-noite e 5h da manhã, o secretário municipal de Governo, Chico Macena (PT), disse que falta "transparência" à estatal.

O secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, rebateu dizendo ser "mentira" do petista a ocorrência de rodízio.

O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, também reagiu e classificou de "irresponsável" a declaração de Macena.

Em nota, ele afirmou que é "no mínimo lamentável que gestores públicos usem uma reunião de natureza técnica para deturpar declarações com objetivos político-eleitorais". O encontro entre os gestores foi realizado na segunda-feira.

Macena afirmou ontem que a Sabesp tem feito racionamento noturno. A empresa nega, mas, segundo ele, a medida foi anunciada na reunião do Comitê Gestor dos Serviços de Água e Esgoto da capital. Macena é o presidente do comitê que acompanha o contrato de concessão de 30 anos dos serviços de saneamento à Sabesp.

"O que Massato disse, e está registrado em ata, é que houve uma diminuição da pressão da água em período noturno e admitiu em reunião, com testemunhas, que, em locais mais altos, bairros localizados em morros distantes, a água não chega. Se não quer chamar de rodízio, de racionamento, pode dar o nome que for, o fato é que falta água", disse Macena.

O secretário de Haddad negou caráter eleitoral no ofício encaminhado às repartições municipais, conforme noticiado pelo Estado ontem. "Apenas comuniquei a rede pública para ficar atenta ao que eles chamam de manobra operacional", afirmou o petista.

Macena disse que encaminhou a informação sobre o racionamento de água a hospitais, postos de saúde e escolas. "Na reunião do conselho gestor, que assumi a presidência na segunda-feira, foi pautado isso (falta d’água), e a Sabesp apresentou um relatório. Tem de fato uma redução da pressão. O pior de tudo é não ter essa transparência", disse Macena.


O secretário Mauro Arce afirmou que rodízio não foi tema da reunião. "É lamentável. Esse assunto não foi tratado lá. Quando ele disse que a Sabesp fala que está fazendo rodízio, ele criou uma coisa que não foi discutida", disse Arce.

"É mentira dele (que haja racionamento). O representante da Sabesp que estava lá sabe que esse assunto não foi levantado. O assunto foi a avaliação da situação." Massato também negou a implementação de rodízio.

"Nunca foi dito por mim nem por nenhum funcionário da Sabesp que a companhia pratica qualquer tipo de rodízio ou racionamento. Por uma única razão: não há rodízio nem racionamento nos municípios em que a Sabesp atua. Se houvesse, principalmente a hospitais e escolas, como teria declarado de forma irresponsável o secretário Chico Macena, a Sabesp seria a primeira a informar", afirmou.

De acordo com Macena, a Sabesp teria reduzido na madrugada a pressão da água em 75%, de 40 metros de coluna d’água (m.c.a) para 10 m.c.a. A medida diminui desperdícios com vazamentos, mas afeta o fornecimento de bairros em regiões mais altas.

Políticos. Ontem, Haddad disse apenas que repassou as informações que recebeu da empresa à rede da Prefeitura.

"Não vou entrar em uma discussão semântica. O que nós fizemos foi informar a rede de serviços públicos da medida para que todos possam se programar. Um hospital, uma escola e um posto de saúde precisam estar informados. Nós fizemos um mero repasse da informação que foi oficialmente recebida", afirmou o prefeito.

Por duas vezes, Alckmin não comentou as informações reveladas pelo Estado. Pela manhã, ele deixou uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo, sem responder a perguntas sobre racionamento. À tarde também evitou comentar sobre o rodízio noturno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Águacidades-brasileirasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasMetrópoles globaisSabespSaneamentosao-pauloServiços

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas