Ambulância com paciente em emergência de hospital: "temos macas lotando os dois lados dos corredores e não há espaço nem para os médicos trabalharem", disse o diretor (.)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2013 às 18h21.
Sorocaba - Ao justificar as reclamações contra o atendimento do pronto-socorro municipal de Sorocaba, o diretor da unidade, médico Milton Palma, afirmou nesta quarta-feira, 11, que não há espaço para receber pacientes nem mesmo nos corredores. "Falta corredor para tantos doentes em macas e cadeiras", disse.
Segundo ele, já houve casos em que os 27 leitos da unidade de emergência estavam ocupados e havia mais de 40 doentes à espera de vaga. "Temos macas lotando os dois lados dos corredores e não há espaço nem para os médicos trabalharem", disse.
No dia anterior, ele havia feito um desabafo durante sessão de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta pela Câmara para apurar denúncias de demora no atendimento, falta de leitos e má estrutura do pronto-socorro. Palma, que já foi secretário municipal de Saúde, disse que todos os pacientes são atendidos, mas afirmou que ficam mal acomodados e não têm assistência digna.
Nesta quarta os corredores continuavam lotados de macas. Ambulâncias do Serviço Móvel de Urgência (Samu) estavam há horas paradas no local sem pode prestar outros atendimentos porque as macas usadas para o transporte dos doentes não eram devolvidas.
De acordo com o diretor, já ocorreu caso de paciente ser submetido a atendimento dentro de ambulância por falta de outro lugar. "Não é um problema só nosso. Sorocaba tem 370 leitos mantidos pelo município, mas há 960 pacientes esperando na fila por cirurgias e precisam de leito hospitalar. Ou seja, só para a atual demanda seriam necessários mais 590 leitos."
O pronto-socorro é administrado pela Santa Casa, através de convênio com a prefeitura e o atendimento é feito por vinte médicos. O hospital mantém outros 48 leitos como retaguarda para o pronto-socorro, através do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com Palma, a situação chegou a um ponto que repassar mais dinheiro para a unidade não resolve. "Não há espaço físico para ampliar o atendimento." A prefeitura adquiriu uma área para construir um hospital municipal com 200 leitos, em parceria com a iniciativa privada, mas a obra só fica pronta em três anos.