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Fake news não é problema. Voto impresso é, diz ministro do TSE

Em 10 anos, custo para implantar voto impresso será de 2,5 bilhões de reais - segundo ministro, gasto não vale a pena

Admar Gonzaga, ministro do TSE (Ueslei Marcelino/Reuters)

Admar Gonzaga, ministro do TSE (Ueslei Marcelino/Reuters)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 11 de maio de 2018 às 16h24.

Última atualização em 11 de maio de 2018 às 17h18.

São Paulo – Para o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga, o maior desafio para as eleições não é lidar com as chamadas fake news, e sim o dilema em torno da urna eletrônica.

“Não me preocupo muito com a questão das fake news”, afirmou nesta sexta-feira (11) durante o 1º Encontro de Lideranças Nacionais, em São Paulo. “As notícias falsas sempre existiram, e acredito que isso vai acabar se resolvendo por meio de novas tecnologias”.

De acordo com o magistrado, porém, o problema que deveria ser discutido é em torno do voto impresso, que deve tirar 2,5 bilhões de reais dos cofres públicos nos próximos dez anos para instalação de um dispositivo nas urnas que imprimirá o registro de cada voto.

“O voto impresso está sendo impulsionado por aqueles que perdem uma eleição”, argumentou o ministro. “Nós vamos gastar dinheiro para bater palma para perdedor. Isso é inconstitucional”.

Desde que as urnas eletrônicas foram implementadas no Brasil, a partir de 1996, a possibilidade de evitar fraudes no resultado de uma eleição tem sido discutida no país. Em 2015, contudo, a exigência da impressão foi estabelecida por lei na reforma eleitoral.

Mas, além do custo elevado, Gonzaga argumenta que há outros problemas associados à instalação desse sistema de conferência de votos, como falhas no momento da impressão e aumento nas filas, que devem ser considerados. “Pode ter certeza que esse tipo de erro vai acontecer, e aí como é que resolve?”, questionou.

 

 

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