Brasil

Fachin solta ex-assessor de Geddel e Lúcio

Após pagamento de fiança de dez salários mínimos, Job Brandão recebeu uma tornozeleira e estava em prisão domiciliar

Fachin: Brandão foi preso no dia 16 de outubro, mesma data em que o gabinete de Lúcio foi alvo de busca e apreensão (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

Fachin: Brandão foi preso no dia 16 de outubro, mesma data em que o gabinete de Lúcio foi alvo de busca e apreensão (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 19h19.

Brasília - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a prisão domiciliar do ex-assessor do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Brandão.

Homem de confiança da família Vieira Lima, Brandão foi preso no dia 16 de outubro, mesma data em que o gabinete de Lúcio foi alvo de busca e apreensão. Após pagamento de fiança de dez salários mínimos, Job recebeu uma tornozeleira e estava em prisão domiciliar.

Na última semana, a Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, havia se posicionado favoravelmente a revogação da prisão do ex-assessor. O ministro Fachin concordou com os argumentos de Dodge e da defesa de Brandão para soltar Brandão.

"No curso das apurações, o ora peticionante, além de ter depositado a fiança no patamar reajustado, admitiu o seu envolvimento nos fatos aqui versados e colaborou espontaneamente com a atividade persecutória, descortinando possíveis linhas investigativas", apontou Fachin em seu despacho.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda-feira, 27, que o advogado Marcelo Ferreira, que representa Job, entregou ao STF cópias dos extratos de sua conta bancária que, segundo ele, confirmam a devolução de cerca de 80% do seu salário para a família de Geddel. Na petição, o ex-homem de confiança da família Vieira Lima anexou extratos da movimentação financeira de sua conta no período entre janeiro de 2012 e novembro de 2017.

Antes, na terça-feira, 14, Brandão prestou depoimento à Polícia Federal, em Salvador, e confirmou ter retirado valores na Odebrecht a pedido de Geddel e disse ter destruído documentos a pedido do ex-ministro. O ex-assessor afirmou também que os valores em espécie angariados pelo ex-ministro eram guardados no closet do quarto de sua mãe, Marluce Quadros Vieira Lima.

Em entrevista ao Estado, o advogado de Job afirmou que seu cliente era contratado para a Câmara dos Deputados, mas que "efetivamente trabalhava na casa da mãe dos parlamentares, exercendo atividades essencialmente domésticas, totalmente estranhas ao interesse público".

Histórico

Job Brandão virou alvo da Operação Tesouro Perdido no momento em que a PF identificou suas digitais em parte dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador, a 1,2 km da residência de Geddel Vieira Lima. O ex-ministro e o deputado Lúcio Vieira Lima foram indiciadas pela PF nesta terça-feira, 28, pelo crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEdson FachinGeddel Vieira LimaSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos