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Fachin recebe áudio da conversa de delatores da J&F

O ministro ouvirá os diálogos a partir desta tarde para decidir se libera, em todo ou parcialmente, sua divulgação ou se mantém sigilo integral da gravação

Edson Fachin: o ministro fora informado por Janot da situação antes do pronunciamento (Adriano Machado/Reuters)

Edson Fachin: o ministro fora informado por Janot da situação antes do pronunciamento (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 17h15.

Brasília - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu no início da tarde desta terça-feira o áudio da conversa de quatro horas em que dois delatores da J&F omitiram, na interpretação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, condutas criminosas o que pode levar à perda dos benefícios da colaboração premiada, disse uma fonte com conhecimento do caso à Reuters.

Fachin vai ouvir os diálogos pessoalmente a partir desta tarde para decidir se libera, em todo ou parcialmente, sua divulgação ou se mantém sigilo integral da gravação da conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud, um dos diretores do grupo.

Nesta terça, não haverá sessão da Segunda Turma do STF - presidida por ele -, e Fachin vai ficar em seu gabinete avaliando o material.

O ministro do STF - responsável por ter homologado a delação de executivos do grupo em maio - fora informado por Janot da situação antes de o procurador fazer um pronunciamento e dar uma entrevista coletiva na noite de segunda-feira na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Um documento informando a instauração do procedimento de revisão da colaboração premiada de três executivos do grupo - além de Batista e Saud, está sob ameaça o então diretor jurídico do grupo Francisco de Assis e Silva - foi protocolado eletronicamente no gabinete de Fachin por volta das 19h30.

Àquela altura, contudo, não havia mais tempo para apresentar o áudio fisicamente - esse guichê específico havia fechado às 19h.

Janot pediu para que Fachin avaliasse a conveniência de divulgar o áudio porque constam nos diálogos, além dos relatos de supostos crimes omitidos, assuntos que se referem à "vida privada e íntima de terceiros que não interessam à investigação de fatos criminosos tampouco das possíveis omissões deliberadas dos colaboradores".

Ainda não é possível dizer, segundo a fonte, se haverá tempo hábil para o ministro do STF tomar uma decisão ainda nesta terça sobre a divulgação oficial da conversa.

Há órgãos de imprensa que já estariam divulgando o conteúdo da gravação.

Fachin ficou surpreso com a situação, assim como outros ministros do tribunal.

Em entrevista coletiva, Janot chegou a mencionar, sem dar detalhes, que haveria citações sobre ministros do Supremo nas conversas. O relator da J&F no STF conversou nesta terça-feira com a presidente da Corte, Cármen Lúcia.

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