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Fachin barra liminar de Toffoli que dava à PGR acesso a dados da Lava Jato

Decisão impede que o material das forças-tarefas da Lava Jato em Rio, Curitiba e São Paulo já colhido seja usado

Fachin: ministro revogou nesta segunda-feira decisão tomada pelo presidente do STF (Adriano Machado/Reuters)

Fachin: ministro revogou nesta segunda-feira decisão tomada pelo presidente do STF (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 15h40.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 16h56.

O ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta segunda-feira decisão tomada pelo presidente da corte, Dias Toffoli, que havia determinado o compartilhamento de informações das três forças-tarefas da operação com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Fachin atendeu a pedido apresentado pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, que contestava o acesso da PGR franqueado por Toffoli durante o recesso forense.

A decisão de Fachin tem caráter retroativo, ou seja, impede que o material das forças-tarefas da Lava Jato em Rio, Curitiba e São Paulo já colhido seja usado.

Em sua decisão, o ministro do STF citou um julgamento anterior sobre competências do Ministério Público pelo Supremo e destacou que ele não obrigou que haja um "intercâmbio de provas" por parte dos seus membros.

"Pelo exposto, nos termos... do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego seguimento à Reclamação e, com integral efeito ex tunc (retroativo), revogo a liminar deferida", destacou o relator da Lava Jato no Supremo.

Procurada, a assessoria de imprensa de Augusto Aras ainda não se manifestou se vai recorrer da decisão.

A decisão de Fachin ocorre em um momento de forte tensão entre Aras e a força-tarefa da Lava Jato. Em videoconferência na semana passada, sem apresentar provas, Aras insinuou que a Lava Jato de Curitiba manteria informações fora do sistema do MPF e afirmou que não se pode haver “caixas de segredos”.

Os procuradores do grupo de Curitiba, contudo, rebateram o procurador-geral em nota. “A ilação de que há ‘caixas de segredos’ no trabalho dos procuradores da República é falsa, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos”, disseram.

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