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Fachin autoriza prisão de Joesley e Saud, da J&F

Rodrigo Janot pediu a prisão dos executivos do grupo que controla a JBS após divulgação de áudio que gerou suspeitas contra delação de ambos

O empresário Joesley Batista (Adriano Machado/Reuters)

O empresário Joesley Batista (Adriano Machado/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 10 de setembro de 2017 às 08h40.

Última atualização em 10 de setembro de 2017 às 12h15.

São Paulo - O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin autorizou a prisão do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, e de Ricardo Saud, executivo da empresa. A informação foi confirmada há pouco pelo Supremo. As prisões são temporárias e ainda não há previsão de quando seriam efetuadas pela Polícia Federal. De acordo com o jornal O Globo, a dupla deve ser entregar ainda neste domingo.

Fachin negou o pedido de prisão temporária do ex-procurador da República Marcelo Miller. Segundo ele, não há indícios fortes para basear a prisão.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão dos executivos do grupo que controla a JBS na última sexta-feira, após divulgação de áudio que gerou suspeitas contra delação de ambos.

Na conversa, gravada por engano no último dia 17 de março, os executivos citam três ministros do Supremo Tribunal Federal e o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Um dos pontos mais sensíveis da gravação é quando Joesley e Saud citam o ex-procurador da República Marcelo Miller, que já foi um dos auxiliares de Janot, e dão a entender que ele agiu ilegalmente durante a negociação da delação premiada da J&F em favor dos executivos do grupo.

A defesa de Joesley Batista e Ricardo Saud, delatores do Grupo J&F, pediu na madrugada de ontem para ser ouvida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, antes de decidir sobre o pedido de prisão apresentado pela Procuradoria-Geral da República na noite desta sexta-feira, 8. Os executivos também entregaram seus passaportes. 

Janot tem interesse em finalizar o procedimento de revisão do acordo de colaboração dos delatores da J&F até o dia 17, último dia à frente do comando do MPF.

A intenção é anular os benefícios concedidos aos colaboradores do grupo, que perderiam a blindagem de não serem investigados criminalmente por fatos revelados, mas manter as provas produzidas por essa delação - homologada pelo STF em maio - válidas - uma das acusações, inclusive, deve ajudar a embasar nova denúncia contra o presidente Michel Temer.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

 

 

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