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Facebook diz estar feliz com liberação de executivo

"Prender uma pessoa que não tem qualquer relação com uma investigação em andamento é uma medida arbitrária", diz nota


	Facebook: a prisão preventiva de Diego Dzodan foi revogada em decisão liminar divulgada pelo Tribunal de Justiça de Sergipe
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Facebook: a prisão preventiva de Diego Dzodan foi revogada em decisão liminar divulgada pelo Tribunal de Justiça de Sergipe (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2016 às 14h52.

O Facebook, por meio da assessoria de imprensa, divulgou hoje (2) nota em que diz estar feliz com a soltura do vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Jorge Dzodan, preso ontem (1º) em São Paulo.

Em nota, a empresa reiterou que a prisão do executivo foi uma medida arbitrária.

“Ficamos felizes pelo tribunal em Sergipe ter emitido uma liminar ordenando a sua liberação. Prender uma pessoa que não tem qualquer relação com uma investigação em andamento é uma medida arbitrária e nos preocupam os efeitos dessa decisão para as pessoas e a inovação no Brasil. Nós continuamos à disposição para responder quaisquer perguntas que as autoridades brasileiras possam ter”, diz a nota.

Após passar por procedimento na Superintendência da Polícia Federal (PF), na Lapa, Dzodan foi liberado. O executivo havia sido preso ontem (1º) e ficou detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.

A prisão do executivo foi determinada por ter descumprido ordens judiciais que exigiam a liberação de conversas da rede social Whatsapp, que pertence ao Facebook.

Segundo a PF, Dzodan deixou o CDP em um veículo da Secretaria da Administração Penitenciária e foi levado para a superintendência, onde passou por uma verificação de sua situação no país, já que ele é argentino.

O vice-presidente foi liberado às 11h40. A polícia esclareceu que não tem carceragem em sua sede, por isso Dzodan precisou ser encaminhado para o CDP.

Prisão

De acordo com a PF, os dados não liberados pelo Whatsapp seriam usados na produção de provas de investigações ligadas ao crime organizado e ao tráfico de drogas, que tramitam em segredo de Justiça no Juízo Criminal da Comarca de Lagarto, em Sergipe.

A Justiça informou que se trata de um processo de tráfico de drogas interestadual, em que a Polícia Federal (PF) solicitou ao Juízo a quebra do sigilo de mensagens trocadas no WhatsApp.

A PF já havia feito três pedidos à empresa Facebook, que não liberou as conversas solicitadas. Diante das negativas, o juiz Marcel Montalvão determinou multa diária de R$ 50 mil.

Mesmo assim, o Facebook não atendeu ao pedido de liberação das conversas. A multa diária foi, então, elevada para R$ 1 milhão e, ainda assim, a empresa não cumpriu a determinação judicial de quebra do sigilo das conversas do aplicativo WhatsApp, segundo a Justiça.

Como as determinações judiciais foram descumpridas, o juiz decretou a prisão do responsável pela empresa no Brasil, usando como argumento o fato de ele impedir a investigação policial.

A prisão preventiva de Diego Dzodan foi revogada em decisão liminar divulgada pelo Tribunal de Justiça de Sergipe durante a madrugada de hoje (2). 

A decisão do desembargador Ruy Pinheiro destacou que o acusado não é parte do processo judicial, nem investigado em inquérito policial.

“Inexistem provas concretas de que o paciente tenha agido com a predisposição de embaraçar ou impedir as investigações para favorecer a organização ora investigada”, diz o texto.

Em nota, divulgada nessa terça-feira, o Facebook considerou "extrema e desproporcional" a prisão do executivo, que foi escoltado até a delegacia.

A empresa informou que o caso envolve o WhatsApp, que opera separadamente da rede social.

"O Facebook sempre esteve e sempre estará disponível para responder às questões que as autoridades brasileiras possam ter", informa o texto.

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