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Expectativa de vida no Brasil cresce e chega a 76,6 anos

Segundo as informações do levantamento, a expectativa de vida cresceu 2,5 meses entre 2023 e 2024

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de novembro de 2025 às 10h18.

Última atualização em 28 de novembro de 2025 às 10h38.

A expectataiva de vida da população brasileira voltou a crescer e chegou aos 76,6 anos entre 2023 e 2024, segundo dados das Tábuas de Mortalidade 2024, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) divulgados nesta sexta-feira, 28.

Segundo as informações do levantamento, a expectativa de vida cresceu 2,5 meses de um ano para o outro.

Para a população masculina, o aumento foi de 2,5 meses passando de 73,1 anos para 73,3 anos, no período. Já para as mulheres o ganho foi um pouco menor: de 79,7 para 79,9 anos, ou mais 2,0 meses. 

A logenvidade da população brasileira recuou durante a pandemia da Covid-19 para 72,8 anos em 2021 (sendo 69,3 anos para homens e 76,4 anos para as mulheres). A partir de 2022, com o arrefecimento da pandemia pela vacinação em massa, esse indicador voltou a crescer.

Nas últimas nove décadas, a expectativa quase dobrou. Quem nasceu em 1940 viveria, em média, 45,5 anos. Já em 2024, a expectativa de vida ao nascer chegou a 76,6 anos, representando um aumento de 31,1 anos, neste período.

No mundo, a maior expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos pertence a Mônaco (86,5 anos), com San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4) a seguir.

AnoExpectativa de vida ao nascer (anos)Diferencial entre os sexos (anos)
TotalHomemMulher
194045,542,948,35,4
195048,045,350,85,5
196052,549,755,55,8
197057,654,660,86,2
198062,559,665,76,1
199166,963,270,97,7
200071,167,375,17,8
201074,470,778,17,4
201976,272,879,66,8
202074,871,278,57,3
202172,869,376,47,1
202275,472,178,86,7
202376,473,179,76,6
202476,673,379,96,6
Variação (1940/2024)31,130,431,6

Em 2024, a sobremortalidade masculina estava mais concentrada entre os adultos jovens, nos grupos de idade de 15 a 19, 20 a 24 e 25 a 29 anos, com taxas de 3,4, 4,1 e 3,5, respectivamente. Ou seja, aos 20 anos, um homem tinha 4,1 vezes mais chances de não chegar aos 25 anos do que uma mulher da mesma faixa etária. Isso se deve, principalmente, à maior incidência de óbitos por causas externas, como homicídios, suicídios e acidentes, entre os homens.

Ao analisar a série histórica desses indicadores, é possível perceber que, em 1940, não havia uma sobremortalidade masculina tão alta entre os adultos jovens do país. Esse fenômeno está diretamente ligado ao rápido processo de urbanização e crescimento das grandes cidades no Brasil.

A partir dos anos 1980, as mortes causadas por fatores externos começaram a impactar mais fortemente as taxas de mortalidade, especialmente entre os homens jovens. Embora a expectativa de vida masculina no Brasil tenha aumentado ao longo dos anos, ela poderia ser ainda mais alta se não fosse o efeito das mortes violentas sobre a estrutura demográfica do país.

Idosos com mais de 60 anos vivem mais

Em 1940, uma pessoa que alcançasse os 60 anos de idade viveria, em média, mais 13,2 anos – sendo 11,6 anos para os homens e 14,5 anos para as mulheres. Em 2024, quem chega aos 60 anos no Brasil pode esperar viver, em média, mais 22,6 anos, com uma expectativa de 20,8 anos para os homens e 24,2 anos para as mulheres. Isso reflete um aumento histórico de 9,3 anos na expectativa de vida dessa faixa etária, sendo 9,2 anos para os homens e 9,7 anos para as mulheres. Embora esses números também tenham sido impactados pela pandemia de COVID-19, especialmente nos anos de 2020 e 2021, os indicadores vêm se recuperando desde 2022.

Em 2024, a expectativa de vida para quem chega aos 80 anos foi de mais 9,5 anos para as mulheres e mais 8,3 anos para os homens. Em 1940, esses valores eram de 4,5 anos para as mulheres e 4,0 anos para os homens, mostrando um aumento mais significativo na longevidade feminina em comparação à masculina.

Mortalidade infantil volta a cair e chega a 12,3 crianças a cada mil

Em 2024, a taxa de mortalidade infantil no Brasil (para crianças com menos de um ano) foi de 12,3 para cada mil nascidos vivos. Esse número representa uma queda impressionante quando comparado a 1940, quando a taxa era de cerca de 146,6 por mil nascidos vivos, ou seja, quase 150 crianças morriam antes de completar o primeiro ano de vida.

Essa redução na mortalidade infantil ao longo das últimas nove décadas é resultado de várias ações, como campanhas de vacinação em massa, melhor acompanhamento pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, trabalho dos agentes comunitários de saúde e programas voltados à nutrição infantil. Além disso, o aumento da renda, da escolaridade e a ampliação do acesso a saneamento básico também tiveram papel fundamental nessa transformação. O impacto disso tudo não se reflete apenas na queda das mortes infantis, mas também no aumento da expectativa de vida dos brasileiros.

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