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Executivos negam ligação com irregularidades

Chegava a 12 os interrogados até a noite de hoje, dos quais metade ficou em silêncio e metade respondeu às perguntas


	Polícia Federal: o ex-diretor da Petrobras Renato Duque teria dado respostas evasivas, segundo os investigadores
 (Arquivo/Agência Brasil)

Polícia Federal: o ex-diretor da Petrobras Renato Duque teria dado respostas evasivas, segundo os investigadores (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2014 às 20h46.

Brasília e Curitiba - Pouco mais da metade dos 21 presos da etapa Juízo Final da Operação Lava Jato foram ouvidos até a noite de hoje na Superintendência da Polícia Federal no Paraná, em Curitiba.

Chegava a 12 os interrogados até a noite de hoje, dos quais metade ficou em silêncio e metade respondeu às perguntas dos delegados, ainda que para negar irregularidades ou pagamentos de propina na Petrobrás.

Parte dos depoentes negou o esquema sob investigação. Preso na sexta-feira, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque não colaborou com a apuração dos federais e, segundo investigadores, teria dado respostas evasivas.

Ligado ao PT, ele ocupou a diretoria de Serviços da Petrobras de 2004 a 2012 e é acusado de ter recebido, ao menos, R$ 94 milhões de dois executivos que fizeram delação premiada.

Em nota à imprensa, a assessoria de Duque disse que ele negou participação em irregularidades. O ex-diretor alegou "desconhecer a existência de cartel envolvendo fornecedores da Petrobras" e que licitações sob sua responsabilidade eram pautadas "por critérios técnicos".

No fim de semana, em depoimentos à PF, Othon Zanoide Moares Filho e Ildefonso Colares Filho, ambos da Queiróz Galvão, e Carlos Eduardo Strauch Albero e Newton Prado, da Engevix, negaram envolvimento com o esquema sob investigação. Eles disseram que não participavam dos pagamentos para partidos políticos.

Os executivos da Queiroz Galvão alegaram que a empresa fazia doações legais a partidos como PT, PMDB e PP e citou o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Os depoimentos foram anexados no processo pelos advogados de defesa, em pedidos para tentar soltar os clientes.

Termina amanhã o prazo dado pela Justiça para a prisão temporária de 16 dos investigados. O período pode ser prorrogado por mais cinco dias. Outros seis presos - executivos da Camargo, OAS, Mendes Junior, Engevix e Galvão Engenharia - ficarão presos por tempo indeterminado.

Hoje, o Superior Tribunal de Justiça voltou a negar mais cinco habeas corpus, impetrados pelas defesas do presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, do advogado Alexandre Portela Barbosa, de José Ricardo Nogueira Breghirolli, de Mateus Coutinho de Sá Oliveira e do diretor presidente da Área Internacional da empresa, Agenor Franklin Magalhães Medeiros. No domingo, o STJ havia rejeitado dois pedidos.

Quatro presos recorreram a adesivos de nicotina para enfrentar a proibição de fumar na carceragem da superintendência da PF em Curitiba.

O presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, é um dos que aderiu à tática. A dependência de um dos presos fez com que o advogado peticionasse para que seu cliente pudesse usar o adesivo.

Os presos da Lava Jato têm direito a tomar banho de sol. Mas o cigarro também seria proibido nessa ocasião. Os executivos de empreiteiras ocupam todo o espaço para presos da superintendência. Segundo investigadores, eles têm aceitado comer a refeição oferecida e, por ora, ninguém pediu para receber comida de fora.

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