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Executivo da Engevix reconhece pagamento de propina

A defesa do vice-presidente da empreiteira reconheceu que fez pagamentos a esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato


	Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa: advogados alegaram que Gerson de Mello Almada sofreu ameaças de Costa
 (Geraldo Magela/Agência Senado)

Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa: advogados alegaram que Gerson de Mello Almada sofreu ameaças de Costa (Geraldo Magela/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 15h41.

Brasília - A defesa do vice-presidente da empreiteira Engevix, Gerson de Mello Almada, reconheceu hoje (22) que fez pagamentos ao esquema de corrupção na Petrobras.

Na resposta enviada à Justiça Federal em Curitiba, na ação penal a qual ele responde,  os advogados alegaram que Almada sofreu ameaças do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para fazer os pagamentos.

Os advogados de Almada afirmaram que Costa passou a exigir "percentuais de todos os executivos das empreiteiras que tinham contratos com estatal".

Acrescentaram que Paulo Roberto ameaçava os empresários, "um a um", com o poder econômico da Petrobras.

Os advogados destacaram que o ex-diretor "prometia causar prejuízos no curso de contratos. Dizia que levaria à falência quem contrastasse seu poder, sinônimo da simbiose do poder econômico da mega empresa com o poder político do governo."

Para os advogados, Gerson Almada foi vítima do pragmatismo das relações políticas e por fazer parte de um grupo que "pecou" por não resistir a pressão para pagar propina. 

"O pragmatismo nas relações políticas chegou, no entanto, a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias", alegam os advogados.

Na petição, a defesa também pede a nulidade dos pedidos de busca e apreensão, das escutas telefônicas e da investigação criminal.

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