Bandeira do PT: documento é carregado de críticas indiretas aos dois principais prováveis oponentes da presidente no pleito de outubro (Divulgação/PT)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2014 às 18h52.
Brasília - A executiva nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou em reunião na manhã desta segunda-feira a redação final das diretrizes de programa de governo para a eleição de 2014, quando a presidente Dilma Rousseff tentará conquistar um segundo mandato.
No texto, os petistas defendem a reforma política, a ampliação de formas de democracia participativa e a regulação dos meios de comunicação, além do combate à pobreza e o aumento da produtividade da economia brasileira.
A base da redação havia sido aprovada no Encontro Nacional do PT, realizado no início de maio, em São Paulo, mas a executiva nacional deu aval hoje à versão final, já com as emendas.
As diretrizes, intituladas "Um Novo Ciclo de Mudanças", são compostas por 18 pontos em que o partido defende a reeleição de Dilma e apresenta propostas que devem constar no programa de governo da petista - documento posterior que precisa ser discutido também com as legendas que vão fazer parte da coligação de Dilma.
O documento é carregado de críticas indiretas aos dois principais prováveis oponentes da presidente no pleito de outubro: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
"A proposta de um novo ciclo de mudanças constitui a melhor resposta aos que tentam manipular as legítimas aspirações de mudança do povo brasileiro, propondo o retorno aos tempos dos governos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso", diz um trecho do texto.
"Constitui, também, a melhor forma de desmascarar quem tenta se apresentar como 'terceira via', mas concilia com os interesses neoliberais".
Diretrizes
O documento avalizado hoje pelo comando do PT coloca como prioridade a aprovação de uma reforma política, uma das bandeiras levantadas pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de junho do ano passado.
O partido também defende a convocação de uma Constituinte Exclusiva para tratar do tema para eliminar "o financiamento empresarial privado nos processos eleitorais, que constitui uma das fontes da corrupção sistêmica que afeta o funcionamento de nosso sistema republicano".
As diretrizes também defendem a regulação dos meios de comunicação para "proteger e promover os direitos humanos e combater os monopólios".
A regulação dos meios de comunicação proposta pelo partido é criticada por setores que consideram isso uma forma de controle da imprensa.
Sobre isso, o documento petista alega que a regulação não implica "em qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdos".