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EXCLUSIVO: VLI investirá R$ 2 bilhões em ferrovia e terminal em Santos

Em entrevista exclusiva à EXAME, Fábio Marchiori, CEO da companhia, detalhou o maior volume de debêntures captado pela empresa na história

Fábio Marchiori: CEO afirma que empresa investiu R$ 6 bilhões (VLI/Divulgação)

Fábio Marchiori: CEO afirma que empresa investiu R$ 6 bilhões (VLI/Divulgação)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 09h40.

Última atualização em 19 de novembro de 2025 às 09h43.

Belém - A VLI, companhia de serviços logísticos que opera portos, ferrovias e terminais, concluiu dois processos de captação de debêntures, levantando um total de R$ 2 bilhões para obras na Ferrovia Centro-Atlântica e no Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita, o Tiplam, localizado na Baixada Santista.

”Temos um bom acesso a crédito. Recentemente, emitimos R$ 2 bilhões em dívida”, diz Fábio Marchiori, CEO da companhia, em entrevista exclusiva à EXAME em Belém, na COP30.

Essa foi a maioria captação recursos via debêntures já realizado pela companhia, que tem como investidores Brookfield (gestora canadense), Vale, FGTS, Mitsui (japonesa) e o BNDES Participações.

As captações foram liquidadas neste mês, com coordenação dos bancos Itaú, Bradesco, Santander e BTG (do mesmo grupo controlador da EXAME), e têm vencimento entre 10 e 12 anos.

Marchiori afirma que novo montante servirá para a modernização de material rodante, ferrovias, portos e novas estruturas da empresa.

”O faturamento da empresa está em torno de R$ 10 bilhões por ano. Ou seja, em dois anos, faturamos cerca de R$ 20 bilhões e investimos R$ 6 bilhões”, diz.

O presidente da empresa diz que o modelo adotado pela companhia é identificar gargalos e removê-los conforme aparecem.

“É como dirigir e resolver congestionamentos: você resolve um e o problema se move”, afirma o CEO.

Como os R$ 2 bi serão direcionados pela VLI

Na Ferrovia Centro-Atlântica, os recursos serão utilizados, entre outros pontos, para manutenção e melhoria da via permanente, com a troca de trilhos e dormentes, o que permitirá o aumento da velocidade média de circulação de trens.

Ferrovia Centro-Atlântica

Centro-Atlântica: VLI investirá em melhorias na ferrovia

Para isso, a VLI já encomendou cerca de 9 mil toneladas de trilhos, que somam cerca de 230 quilômetros de extensão linear.

Serão também realizadas obras de recuperação e instalação de novos guarda-copos em pontes e passagens de pedestres.

Já no Tiplam, os recursos serão utilizados para reforço e a renovação das estruturas móveis e fixas do porto, como armazéns, carregadores e correias transportadoras.

Além disso, serão feitas melhorias nos berços de atracação, ampliando a segurança das embarcações durante o processo de carregamento em condições climáticas mais severas.

O Tiplam é a ponta de fluxos de importação e de exportação do Corredor Sudeste da VLI, que movimenta cargas como açúcar, grãos e fertilizantes de estados como Minas, São Paulo e Goiás, por meio da Ferrovia Centro-Atlântica.

Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita

Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita: investimentos vão melhorar modal estratégico (VLI/Divulgação)

Todos os fluxos de exportação do terminal são movimentados por ferrovia.

Segundo a empresa, o modelo proporciona um ganho ambiental e evita a sobrecarga de caminhões na Baixada Santista.

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