Esplanada dos Ministérios: reforma ministerial deve ser anunciada pelo governo nas próximas semanas (Leandro Fonseca)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 17 de janeiro de 2025 às 19h44.
Última atualização em 17 de janeiro de 2025 às 19h52.
A reforma ministerial começará em postos que atualmente estão sob controle do PT e dos demais partidos de esquerda para abrir espaço para as legendas do Centrão, afirmaram à EXAME auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com isso, o PCdoB deve deixar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que será entregue ao PSD, de Gilberto Kassab, que já chefiou a pasta no governo Dilma Rousseff.
Luciana Santos, atual ministra do MCTI, deve ser realocada no Ministério das Mulheres e a atual ministra, Aparecida Gonçalves, deve ser acomodada em outra função no governo.
Caberá ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, conversar com os ministros que serão substituídos ou que deixarão o governo. O próprio Padilha deve ser substituído por um parlamentar do Centrão. Entre os cotados para comandar a articulação política do governo está o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL). As mudanças devem ocorrer nas próximas semanas.
Padilha nutre o desejo, segundo interlocutores de Lula, de voltar para o Ministério da Saúde, posto que ocupou durante o governo Dilma Rousseff. Entretanto, a vaga é cobiçada pelo Centrão. Auxiliares do presidente da República afirmaram que a vaga deve ser reservada para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ou para um nome que será indicado por ele.
Também é esperado que o Republicanos, partido do deputado Hugo Motta (PB), que deve ser o próximo presidente da Câmara, ganhe mais espaço na Esplanada dos Ministérios.
A tendência é de que o presidente da legenda, Marcos Pereira, possa ser acomodado no Ministério das Comunicações ou no Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Uma mudança no Ministério Comunicações, entretanto, depende de um acerto com o União Brasil.
Se a mudança for concretizada no MDIC, o atual ministro e vice-presidente, Geraldo Alckmin, pode ser realocado no Ministério da Defesa. O atual ministro, José Múcio Monteiro, já sinalizou desejo de deixar a pasta e deve ser nomeado embaixador do Brasil em Portugal.
Alckmin está satisfeito em comandar as políticas industriais do país, segundo interlocutores, mas aceitará uma missão delegada por Lula.
A tendência, segundo auxiliares de Lula, é de mudança também na Secretaria-Geral da Presidência da República. O atual ministro, Márcio Macedo, deve ser substituído. Uma das possibilidades avaliadas por Lula é delegar o comando da pasta para a deputada Gleisi Hoffmann.
Outro posto cobiçado pela base aliada no Senado é do atual ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O nome dele já foi cotado para a articulação política, mas Silveira prefere manter a pauta que tem tocado para modernizar o sistema elétrico brasileiro.