Brasil

Exame para pacientes com câncer será ofertado pelo SUS

Inclusão ocorre com atraso de pelo menos 13 anos em relação às clínicas particulares e num formato ainda muito acanhado


	Paciente com câncer: acesso será permitido para pacientes com linfoma, com câncer de intestino grosso com lesão hepática e em alguns casos de câncer de pulmão
 (Justin Sullivan/Getty Images)

Paciente com câncer: acesso será permitido para pacientes com linfoma, com câncer de intestino grosso com lesão hepática e em alguns casos de câncer de pulmão (Justin Sullivan/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 20h48.

Brasília - Um exame considerado por médicos como fundamental para o acompanhamento de pacientes que tiveram ou estão com câncer, o PET-CT, passará a ser ofertado no Sistema Único de Saúde. A inclusão ocorre com atraso de pelo menos 13 anos em relação às clínicas particulares e num formato ainda muito acanhado, avaliam sociedades médicas.

O acesso será permitido para pacientes com linfoma, com câncer de intestino grosso com lesão hepática e em alguns casos de câncer de pulmão. Uma lista de opções bem menor do que a ofertada para usuários de planos de saúde. Desde o início do ano, operadoras são obrigadas a garantir o exame para pelo menos oito indicações. Entre elas, casos de câncer de mama, de pele e cabeça e pescoço.

"É o primeiro passo, mas esperávamos mais", afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Celso Ramos. De acordo com ele, um número considerável de estudos demonstram que o uso do PET permite uma economia na área de saúde. "Os tratamentos são mais dirigidos. Evitam-se cirurgias e tratamentos desnecessários e, além disso, o exame traz mais chances de diagnosticar precocemente novos focos de câncer no paciente."

A assessora técnica da Secretaria de Atenção à Saúde, Inez Gadelha, rebate as críticas. "A decisão foi adotada de acordo com critérios rígidos, em evidências que demonstram quais as melhores indicações, com melhores resultados." Inês afirmou não conhecer o rol de procedimentos da ANS.

"O que posso dizer é que nos baseamos nas evidências mais robustas." Ela avalia ainda que sociedades médicas têm tendência de supervalorizar determinados exames de diagnóstico. "São clínicas particulares. É legítimo o interesse mas temos de ser criteriosos."

Público

Pelos cálculos do Ministério da Saúde, 20 mil pacientes serão diretamente beneficiados pelo exame. O investimento com os exames será de R$ 31 milhões anuais. Além de uma indicação acanhada, Ramos disse estar preocupado com a forma de implantação do sistema. Embora o PET de forma geral tenha um impacto positivo na economia, ele é um exame caro.

A dose do radiofármaco usado no teste custa, em média R$ 800. "É preciso garantir que o tratamento seja feito com qualidade. De nada adiantaria pagar pelo procedimento uma quantia baixa se houver uma redução na qualidade do teste", disse. A incorporação do PET no SUS não será imediata. O governo terá até 180 dias para regular como e quando isso será feito.

Acompanhe tudo sobre:SaúdeCâncerDoençasSaúde no BrasilSUS

Mais de Brasil

Hugo Motta diz que Câmara vota IR na quarta mesmo sem acordo sobre anistia

Governo prevê repasse para universidades e agências federais 53% menor em 2026 do que em 2014

Ibama aprova simulação da Petrobras na Margem Equatorial, último passo para licença de exploração

Lula diz que reunião com Trump ocorrerá 'o mais rápido possível e vai correr bem'