Brasil

EXAME/IDEIA: Para 56%, mérito de aprovação de vacinas é dos cientistas

Apenas 8% atribuem ao governador de São Paulo, João Doria, a liberação para o uso emergencial dos imunizantes; 5% dão crédito ao ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo

Vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Oxford: o mérito é dos cientistas (Anthony Devlin/Getty Images)

Vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Oxford: o mérito é dos cientistas (Anthony Devlin/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 23 de janeiro de 2021 às 08h30.

Última atualização em 23 de janeiro de 2021 às 12h27.

Para 56% dos brasileiros, o mérito pela aprovação das vacinas contra a covid-19 cabe à comunidade científica. Dentro desse percentual da população, quase a metade reconhece o papel do Instituto Butantan e da Fiocruz na busca pelo imunizante no país, que têm parcerias de desenvolvimento, respectivamente, com a farmacêutica chinesa Sinovac e o consórcio Oxford/AstraZeneca.

Na corrida pela vacina no país, os políticos são os que menos levam o crédito: 8% atribuem a conquista do imunizante ao governador de São Paulo, João Doria; 5%, a Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, e apenas 1%, ao presidente Jair Bolsonaro. Já para 13% dos entrevistados, a liberação do uso emergencial das vacinas se deve a pressão da própria população.

Os dados constam de uma pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.

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O levantamento foi realizado com 1.200 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 18 e 21 de janeiro. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

"A comunidade científica esteve em evidência durante esse processo, de forma positiva", diz Maurício Moura, fundador do IDEIA. "Por outro lado, o governo federal, nas figuras do ministro da Saúde e do presidente, foi visto como coadjunte nessa questão."

No último dia 17, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu a permissão de uso emergencial das vacinas Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, e a AstraZeneca, da Fiocruz. Com isso, foi possível dar o ponta-pé inicial na campanha de imunização.

A valorização do papel da Ciência é maior no estrato da população com maior grau de escolaridade: entre os que cursaram o ensino superior, 42% apontam a comunidade científica como a principal responsável pela aprovação das vacinas.

Já o papel do Instituto Butantan e da Fiocruz como os principais responsáveis pela sucesso da operação é reconhecido em maior grau pela população de alta renda: 36% das pessoas com renda superior a cinco salários mínimos apoiam essa ideia.

 

Política X Vacinas

Na corrida política pela vacina contra covid-19, o governador do estado de São Paulo, João Doria, é quem melhor captura a atenção da população geral: 8%. Essa preferência é maior entre os que moram no Sudeste e Centro-Oeste, 10%, em comparação com 4% no Nordeste.

Entre os entrevistados com renda superior a cinco salários mínimos, 11% reconhecem  o mérito do governador paulista na oferta da primeira vacina disponibilizada no país, a Coronavac. Nesse estrato da população, 5% atribuem o papel de liderança ao ministro Pazuello e 2%, ao presidente Bolsonaro.

Quando a pesquisa EXAME/IDEIA relaciona os índices de aprovação e desaprovação ao governo com o tema da vacina, a disputa entre o presidente Bolsonaro e o governador Doria se repete. Entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom, 8% atribuem o mérito ao presidente e 1% ao governador paulista.

Já entre os que avaliam a gestão Bolsonaro como ruim ou péssima, 12% reconhecem o papel de Doria no mérito da vacinação, ante 1% de Bolsonaro.

 

 

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