Marcelo Crivella, Benedita da Silva, Eduardo Paes e Martha Rocha são os principais candidatos à prefeitura do Rio. (Montagem/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 30 de setembro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 12h14.
O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) tem 26% das intenções de voto para a prefeitura do Rio de Janeiro no primeiro turno das eleições. Em segundo lugar, há três candidatos praticamente empatados. O atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), com 17%, seguido de Martha Rocha (PDT), com 12%, e Benedita da Silva (PT), com 10%.
Em um possível cenário de segundo turno, Paes vence todos os candidatos. Na disputa contra Crivella, Paes tem 39% das intenções de votos, enquanto o candidato a reeleição, 22%. Em um confronto com Benedita da Silva, a deputada federal tem 23% e Paes, 44%.
A vantagem de Paes é menor em relação a Martha Rocha. O ex-prefeito aparece com 39% das intenções de voto e a deputada estadual, com 34% -- o que configura empate técnico, dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Caso haja segundo turno entre o atual prefeito e Martha Rocha, Crivella recebe 32% das intenções de voto e a ex-delegada, 30%. Ou seja, estão tecnicamente empatados.
Os dados de intenção de votos para a corrida eleitoral na capital fluminense fazem parte de uma pesquisa exclusiva de EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública.
O levantamento ouviu 800 eleitores da cidade do Rio de Janeiro entre os dias 25 e 29 de setembro e foi registrado no site do Tribunal Superior Eleitoral com a identificação RJ-07280/2020. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Apesar do cenário favorável para Paes, há condições para reviravoltas. “O Eduardo Paes tem uma liderança clara no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, um terço da população avalia como regular a gestão de Crivella, o que pode mudar para positivo. Também tem espaço de crescimento na candidatura de uma terceira via, a de Martha Rocha. E não podemos de deixar de mencionar a Benedita da Silva, que é uma ex-governadora muito conhecida”, avalia Maurício Moura, fundador do IDEIA.
Moura ainda lembra que na eleição do Rio de Janeiro o que está em jogo é a comparação entre a gestão do ex-prefeito, Eduardo Paes, e a do atual, Marcelo Crivella. “A comparação alimenta as duas campanhas porque o eleitor consegue diferenciar”, diz. Na pesquisa EXAME/IDEIA, 65% dos entrevistados desaprovam a gestão de Crivella.
Quando o recorte é feito por escolaridade, quanto maior ela é, mais os eleitores tendem a votar em Eduardo Paes. Entre os que têm curso superior, 30% preferem o ex-prefeito. Já Crivella é escolhido por 30% dos eleitores sem instrução.
Todas as quatro regiões da cidade do Rio de Janeiro registram uma vantagem na intenção de votos para Eduardo Paes, sendo a maior parcela na Zona Norte, com 29%.
A sondagem EXAME/IDEIA analisou também qual a capacidade de um candidato em conseguir transferir para si votos de um outro que não foi ao segundo turno.
Em uma disputa entre Paes e Crivella, por exemplo, o ex-prefeito conseguiria transferir 36% dos votos do primeiro de turno de Martha Rocha para ele, enquanto o atual prefeito somente 1%. Já em um segundo turno com Paes e Martha Rocha, a maior parte dos votos de Crivella (46%), que estaria de fora, iriam para a deputada estadual.
Na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu tornar Marcelo Crivella inelegível até 2026. O prefeito responde a ações por causa de dois eventos promovidos pela prefeitura às vésperas da eleição de 2018.
Esta decisão impacta a eleição já deste ano, mas como ainda cabe recurso, ele pode disputar o pleito. Caso ele vença, há a possibilidade de que o resultado definitivo se arraste por alguns meses ou até ocorra uma nova eleição em 2021.
Eduardo Paes também é investigado pela Justiça Eleitoral por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica durante a campanha à reeleição de 2012.