Presidente Jair Bolsonaro (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 7 de maio de 2021 às 07h00.
Última atualização em 7 de maio de 2021 às 13h35.
Durante todo o mês de abril, o governo federal liberou a primeira parcela da nova rodada do auxílio emergencial para 45 milhões de pessoas. Mas ao contrário de 2020, quando a concessão do benefício foi rapidamente capturada pela avaliação de desempenho do presidente Jair Bolsonaro, o movimento não se repetiu ainda este ano.
A desaprovação continua alta, com 52%, sendo a segunda pior desde o começo do governo. A aprovação é de 24%, e os que nem aprovam nem desaprovam somam 22%. Em relação à quinzena anterior, os três percentuais variaram dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Os dados são da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.230 pessoas entre os dias 4 e 5 de maio. Clique aqui para ter acesso ao relatório completo da pesquisa.
“A gente viu claramente que há uma estabilidade na avaliação presidencial desde a última pesquisa. Os dados negativos e positivos estão completamente na margem de erro. Vale destacar a força do presidente no Centro-Oeste (41%) e a recuperação da aprovação no Norte (36%), que registrou um leve aumento em função do auxílio emergencial”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto de pesquisa.
Moura destaca que, entre os que mais desaprovam o governo, estão 58% dos que têm ensino superior e 56% das pessoas das classes A e B. No Sudeste, a desaprovação chega a 49%. “Isso é o efeito do ritmo de vacinação, que está muito lento”, diz.
Outro dado extraído da pesquisa EXAME/IDEIA aponta que 68% tiveram perda de renda nas últimas semanas, pela piora nos números de casos e de mortes por covid-19. Entre os que disseram que receberam esta nova rodada do auxílio emergencial, 71% afirmaram que o dinheiro foi usado para comprar itens de alimentação.
“Esses números corroboram com a importância desse auxílio para manter as pessoas em casa, com o mínimo de condições de sobrevivência. Há uma grande expectativa de que o auxílio só termine em dezembro. Somente 18% acham que o auxílio terminará em julho, como é previsto pelo governo. Então, tem um potencial de perda de popularidade se as expectativas da população não se concretizarem”, diz Maurício Moura.
Desde a última terça-feira, 4, começaram os depoimentos dos ex-ministros da Saúde na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar possíveis falhas do governo federal na gestão da pandemia. A pesquisa EXAME/IDEIA perguntou qual o desfecho mais esperado desta CPI. Para 41%, a grande expectativa é aumentar o ritmo de vacinação.
"O que chama a atenção é que as pessoas acreditam que a CPI vai alcançar três objetivos: encontrar culpados, gerar mais vacina ou aumentar o ritmo de vacinação, e também garantir mais auxílio de renda durante o período da pandemia. O ritmo de vacinação é uma variável crítica que reflete diretamente na popularidade presidencial”, afirma Moura.
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