O presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a alta rejeição de ambos abre espaço para um novo nome no cenário político (Miguel Schincariol/Evaristo Sá/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 12 de março de 2021 às 07h01.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 09h24.
A mais recente pesquisa EXAME/IDEIA mostra que Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são os candidatos com mais chances de irem para um segundo turno na eleição presidencial de 2022. Mas para 38% dos eleitores, nem o petista, nem o atual presidente deveriam ser o próximo ocupante do Palácio do Planalto. Já 33% optariam por um dos dois na disputa, e 24% nem concordam nem discordam com a possibilidade de ter Bolsonaro ou Lula como presidente novamente.
A pesquisa EXAME/IDEIA é projeto que une Exame Invest Pro, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.000 pessoas entre os dias 10 e 11 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Clique aqui para ler o relatório completo.
“A mais importante informação dessa nova rodada da pesquisa EXAME/IDEIA talvez seja a demanda explícita por um novo nome na política. E o mais curioso é que esse grupo dos ‘nem Lula nem Bolsonaro’ é mais concentrado na classe alta [43% das classes A e B] e nas regiões Centro-Oeste (49%), Norte (47%), e Sudeste (41%), ou seja, ainda se concentram relevante extrato de votos no Brasil”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
A pesquisa EXAME/IDEIA também perguntou se Bolsonaro merece ser reeleito e se Lula merece voltar a ser presidente. Em ambos os casos, a maioria das respostas foi negativa: 48% consideram que o atual presidente não faz jus a um segundo mandato, assim como 46% pensam o mesmo em relação ao ex-presidente Lula.
Ao avaliar em qual candidato o eleitor não votaria de jeito nenhum, o ex-presidente Lula é indicado por 42% dos respondentes, seguido de Bolsonaro, com 38% - enquanto que João Doria é indicado por 28%; Luciano Huck, 26%; e Ciro Gomes, 23%.
“Há um ponto em comum entre os inúmeros nomes testados: alta rejeição. A maioria tem mais de 25% de rejeição. Esses números iniciais mostram o tamanho da dificuldade que terão esses nomes caso se apresentem de maneira diluída para o eleitorado em 2022”, diz Maurício Moura.
No item em que avalia a rejeição de um candidato, sem comparar com outros nomes, o cenário também é desafiador para todos os nomes listados na pesquisa. Lula repete os mesmos 42%, Ciro Gomes aparece com 37%, João Doria tem 37% de rejeição, enquanto Luciano Huck, 30%.
A pesquisa EXAME/IDEIA também perguntou sobre os possíveis cenários eleitorais de 2022. No primeiro turno Jair Bolsonaro tem vantagem no inferior a 12%. Em um eventual segundo turno, o atual presidente aparece com pelo menos sete pontos de vantagem contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra o apresentador Luciano Huck (sem partido), os candidatos que mais rivalizam com Bolsonaro.
A sondagem é a primeira feita após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que anulou todas as condenações de Lula na Lava Jato de Curitiba. Entre os entrevistados, 73% disseram que tiveram conhecimento do julgamento do ministro do STF.