Pesquisa EXAME/IDEIA: quase um terço dos brasileiros não ficou satisfeito com o resultado das urnas (Fábio Pozzebom/Agência Brasil)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 20 de novembro de 2020 às 08h01.
Quase um terço dos brasileiros, 27%, ficaram indiferentes com o resultado das eleições municipais realizadas no último domingo, 15. O valor é muito próximo ao da abstenção recorde, de 23%, registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Aqueles que ficaram satisfeitos somam 41%, e a parcela que ficou insatisfeita é de 31%.
Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 16 e 19 de novembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
“O grau de satisfação com os resultados das eleições municipais mostra um país dividido. Esse nível de indiferença e insatisfação, porém, ajuda a explicar o alto grau de abstenção do pleito municipal que atingiu um recorde histórico”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
A maior parcela dos indiferentes está na região Norte, com 30%, seguido do Sul (29%), e do Sudeste (28%). Nas classes econômicas, o percentual é similar nas três faixas: A/B, com 26%, B, com 27%, e na D/E, com 28%. Por escolaridade, ela é maior na porção dos sem instrução: 37% não ficaram nem satisfeitos nem insatisfeitos com o resultado.
Outro dado da pesquisa que mostra o grau de indiferença dos eleitores com as eleições de 2020, foi um questionamento sobre em que momento o voto foi definido. Para 27% dos brasileiros, o candidato foi escolhido na última semana antes do pleito, sendo 10% destes no último dia.
“Esse grau é mais acentuado para eleitores de baixa escolaridade. Entre aqueles sem instrução, 17% não foi votar, e 13% decidiu o voto no dia da eleição”, diz Moura.
A pesquisa EXAME/IDEIA também questionou os brasileiros sobre a aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro. Do total de entrevistados, 41% aprovam a gestão do governo federal. É o mais alto patamar desde fevereiro de 2019.
No último levantamento, feito no início de novembro, a avaliação estava em 38%, e oscilou positivamente no limite da margem de erro da pesquisa que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A desaprovação diminuiu, passando de 34% para 31%. Aqueles que nem aprovam nem desaprovam somam 27%.