Collor, de 75 anos, foi preso na madrugada desta sexta, 25 (Getty Images)
Redatora
Publicado em 25 de abril de 2025 às 06h07.
Última atualização em 25 de abril de 2025 às 07h17.
O ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello, 75, foi preso na madrugada desta sexta-feira, 25, em Maceió (AL) e está sob custódia, segundo sua defesa. A detenção imediata do político foi determinada na noite de ontem, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
A decisão de Moraes se deu após se esgotarem os recursos no processo no qual Collor foi condenado em 2023 por participar de um esquema de corrupção ligado à Br Distribuidora, subsidiária da Petrobras, em um desdobramento da Operação Lava-Jato.
Collor teria recebido mais de R$ 20 milhões em propinas, entre 2010 e 2014.
35 anos do dia que o Brasil acordou sem dinheiro; relembre o confisco do Plano CollorOs advogados do ex-presidente confirmaram em nota a prisão de Collor e disseram que ele foi detido às 4 horas da manhã de hoje, "quando estava se deslocando para Brasília para cumprimento espontâneo da decisão do Ministro Alexandre de Moraes".
"O ex-presidente Fernando Collor de Mello encontra-se custodiado, no momento, na Superintendência da Polícia Federal na capital alagoana. São estas as informações que temos até o momento", informou o advogado Marcelo Bessa ao jornal O Globo.
A pedido de Moraes, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, marcou uma sessão em plenário virtual para esta sexta, das 11h às 23h59, para que os ministros analisem a decisão individual. Enquanto isso, a ordem de prisão segue em vigor.
Manifestação contra o então presidente Fernando Collor (Paulo Fridman/Sygma via Getty Images) (Getty Images)
Fernando Collor de Mello foi preso trinta e três anos após ser destituído do cargo de presidente da República. O ex-mandatário foi afastado em definitivo pelo Senado, em 30 de dezembro de 1992, ao fim de um processo de impeachment iniciado devido a um caso de corrupção.
Collor assumiu o comando do Executivo federal em março de 1990. Após dois anos e nove meses no cargo, foi substituído por seu vice, Itamar Franco (PMDB), que completou o mandato até o fim de 1994.
A queda do ex-presidente teve como ponto de partida as denúncias públicas feitas por seu irmão, Pedro Collor de Mello. As acusações envolviam esquemas de tráfico de influência dentro do governo, além de corrupção nas reformas da Casa da Dinda, residência oficial da família do então chefe do Executivo, localizada em Brasília.
Entre os envolvidos estava também Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Collor, citado como operador de parte do esquema que resultou no processo de impeachment.