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Ex-presidente do Peru depõe como testemunha de José Dirceu

O ex-presidente peruano foi convocado como testemunha a pedido da defesa de Dirceu, chefe da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Lula


	José Dirceu: ex-presidente peruano foi convocado como testemunha a pedido da defesa de ex-ministro
 (REUTERS/Jamil Bittar)

José Dirceu: ex-presidente peruano foi convocado como testemunha a pedido da defesa de ex-ministro (REUTERS/Jamil Bittar)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2016 às 14h00.

Lima - O ex-presidente do Peru e mais uma vez candidato ao cargo Alan García (1985-1990 e 2006-2011) prestou depoimento como testemunha na Operação Lava Jato após ter sido convocado a pedido da defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, informou neste sábado o advogado do político, Wilmer Medina.

O advogado de García afirmou ao jornal "Peru21" que o depoimento de García foi realizado em uma audiência reservada no 3º Tribunal Penal Nacional de Lima. "A folha de 12 perguntas do juiz e do promotor brasileiros chegou ao Peru, e o Terceiro Tribunal Penal Nacional, do juiz Ricardo Manique, acolheu o pedido junto com o promotor Hamilton Castro. Ambos formularam as perguntas", explicou Medina.

O ex-presidente peruano foi convocado como testemunha a pedido da defesa de Dirceu, chefe da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, o ex-ministro está preso de forma preventiva desde agosto de 2015, acusado por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Medina afirmou que as perguntas buscavam determinar se García conhecia Dirceu e se ele tinha feito "negócios com empresas brasileiras em temas energéticos", fato negado pelo ex-presidente.

O jornal "La República", por outro lado, afirmou que Dirceu também solicitou o depoimento de Jorge del Castillo, ex-primeiro-ministro do governo de García, que compareceu ao Tribunal Penal Nacional há uma semana.

No último dia 2 de novembro, o Congresso do Peru criou uma comissão parlamentar para investir os supostos pagamentos de propina de empresas brasileiras a funcionários peruanos dentro da Operação Lava Jato.

O grupo investiga as supostas reuniões da empresária brasileira Zaida Sisson, mulher de Rodolfo Beltrán Bravo, ex-ministro da Agricultura do Peru, com outras autoridades do segundo governo de García e do atual de Ollanta Humala.

Zaida teria recebido US$ 210 mil entre 16 de janeiro de 2009 e 9 de abril de 2010 da Galvão Engenharia e da Engevix para facilitar a contratação das empreiteiras no Peru, segundo delação premiada do lobista Milton Pascowitch à Justiça brasileira.

O congressista peruano Sergio Tejada, presidente de uma comissão parlamentar que averiguou denúncias de crimes durante o segundo mandato de García, afirmou que Zaida esteve pelo menos sete vezes na sede do governo e foi recebida pelo ex-presidente.

O presidente da construtora UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, também afirmou que Zaida também iria se apresentar como intermediária de sua empresa ao governo de Humala.

As eleições presidenciais do Peru serão realizadas no próximo dia 10 de abril. EFE

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