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Ex-ministra Kátia Abreu declara apoio a Lula e diz que voto é pragmático

Embora apontada como aliada de Lula, Katia Abreu não declarou publicamente seu apoio ao candidato petista no primeiro turno

A senadora Kátia Abreu (Valter Campanato/Agência Brasil)

A senadora Kátia Abreu (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2022 às 15h07.

A ex-ministra da Agricultura do governo Dilma e senadora Kátia Abreu (PP-TO) declarou apoio à eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em vídeo divulgado na sua conta oficial do Twitter, o qual classifica como "alerta ao agronegócio brasileiro", Kátia diz que o voto em Lula é pragmático e não se trata de uma questão ideológica.

"A nossa perda de credibilidade na comunidade internacional chegou ao limite. Somos considerados um país irresponsável no que diz respeito às mudanças climáticas. Peço a você que leia o que está escrito lá fora sobre o governo Bolsonaro e o Brasil. Votar no Lula não é uma ameaça às nossas fazendas e aos nossos negócios. Nesse momento, só ele pode conseguir reverter essa situação caótica junto à União Europeia", afirmou Kátia, que hoje é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

A senadora cita a aprovação recente pelo Parlamento Europeu da lei ambiental, que deve entrar em vigor em 2024, que proíbe a importação de produtos agropecuários oriundos de áreas de desmatamento, seja ele ilegal ou legal.

"Os principais alvos são a soja e a carne bovina. Nossos dois principais produtos de exportação. Essa iniciativa da União Europeia, segundo maior comprador dos nossos produtos agropecuários, foi motivada pelos 13 mil km? de desmatamento ilegal na Amazônia desde 2019", disse Kátia, citando dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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Ela lembrou que a lei ainda será submetida ao Conselho da União Europeia antes de entrar em vigor, afirmando que a diplomacia brasileira está muito apreensiva. "A opinião geral é que a imagem do Brasil na área ambiental se deteriorou progressivamente no exterior. Hoje, esse é o verdadeiro risco Brasil porque, se confirmando esse quadro, teremos uma redução drástica das nossas exportações, afetando emprego, preços e balança comercial. Todos brasileiros pagarão essa conta", argumenta a senadora.

No vídeo, Kátia relembrou passagens por entidades representativas do setor produtivo como presidente de sindicatos rurais, de federações da agricultura, da bancada ruralista e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

"Sou produtora rural há 35 anos e representante do agro há 27 anos", disse. Algumas entidades do setor produtivo, contudo, romperam com ela quando se posicionou contrária ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A senadora, embora apontada como aliada de Lula, não declarou publicamente seu apoio ao candidato petista no primeiro turno, mas vem fazendo demonstrações de alinhamento neste segundo turno. Na semana passada, Kátia esteve juntamente com Lula e ex-governador paulista Geraldo Alckmin em São Paulo em encontro com outros governadores e senadores aliados. A senadora não foi reeleita e deixará o Congresso em janeiro de 2023.

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