Ricardo Coutinho: ex-governador deve passar audiência de custódia nesta sexta-feira, em João Pessoa. (Elza Fiúza/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 09h06.
Última atualização em 20 de dezembro de 2019 às 09h07.
Rio de Janeiro — O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) foi preso no fim da noite desta quinta-feira ao retornar de viagem à Europa. Coutinho foi detido após desembarcar no Aeroporto Internacional de Natal, no Rio Grande do Norte. O ex-governador é um dos alvos da Operação Calvário, que investiga desvios de R$ 134,2 milhões na saúde e educação da Paraíba.
O mandado de prisão contra o ex-governador foi expedido na terça-feira. Coutinho é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o chefe da organização acusada de desviar dinheiro público. A PF, o MPF e a Controladoria-Geral da União (CGU) apuram o desvio de R$ 134,2 milhões, dos quais R$ 120 milhões teriam sido destinados a políticos e às campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018.
A defesa do ex-governador chegou a entrar com um pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), antes da volta dele ao país, para tentar evitar a prisão. O ex-governador deve passar audiência de custódia nesta sexta-feira, em João Pessoa.
A PF investiga o desvio de recursos públicos destinados à saúde por meio de fraudes em licitações e em concurso público, corrupção e irregularidades no financiamento de campanhas e o superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos.
De acordo com as investigações da PF, organizações sociais criaram uma rede de prestadores de serviços terceirizados e de fornecedores com a celebração de contratos superfaturados na gestão dos Hospitais de Trauma, de Mamanguape, e o Metropolitano, em Santa Rita.
O atual governador João Azevêdo (Sem partido) também foi alvo de mandados de busca e apreensão. Treze pessoas foram presas, sendo nove na Paraíba, duas no Rio Grande do Norte, uma no Rio de Janeiro e uma no Paraná no âmbito da Operação Calvário.