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Ex-gerente de estatal admite destino indevido a informações

Arruda fez parte de comissões de investigação sobre irregularidades na Petrobras e confirmou as declarações que fez à Justiça do Paraná, na Operação Lava Jato


	Petrobras: Os arquivos, segundo Arruda, foram salvos em um dispositivo como um pendrive e foram enviados por e-mail pessoal ou impressos e remetidos para a empresa.
 (Yasuyoshi Chiba/AFP)

Petrobras: Os arquivos, segundo Arruda, foram salvos em um dispositivo como um pendrive e foram enviados por e-mail pessoal ou impressos e remetidos para a empresa. (Yasuyoshi Chiba/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2015 às 13h51.

Convidado como testemunha pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o ex-gerente de Segurança Empresarial da estatal, Pedro Aramis de Lima Arruda, disse que muitos funcionários são credenciados para ter acesso a qualquer documento da empresa e que é difícil identificar quando alguém dá um "destino indevido" às informações que deveriam ser mantidas em segredo.

Arruda fez parte de comissões de investigação sobre irregularidades na Petrobras e confirmou as declarações que fez à Justiça do Paraná, na Operação Lava Jato, afirmando que há indícios de ilegalidades nos contratos.

“A comissão identificou cinco indícios que apontavam para uma probabilidade alta de algo errado. O primeiro foi o valor pago em comissões girando em torno de US$ 130 milhões para uma única empresa. O segundo é que a formalização dos pagamentos estava distribuída para mais de uma empresa. O terceiro que algumas empresas estavam em paraísos fiscais”, explicou.

Ele contou ainda que documentos sigilosos foram identificados na sede da empresa SBM na Holanda. “Não estariam [na Holanda] se não houvesse facilitação por alguém. Mas usamos os instrumentos de que dispúnhamos e não conseguimos identificar o caminho [desde a sede da estatal até a Holanda]”, disse.

Os arquivos, segundo ele, foram salvos em um dispositivo como um pendrive e foram enviados por e-mail pessoal ou impressos e remetidos para a empresa.

Arruda participou das investigações sobre pagamentos de propina a funcionários da Petrobras pela empresa holandesa SBM Offshore, denúncias em torno da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos – que teria levado a prejuízo de cerca de US$ 700 milhões – e da averiguação sobre sobrepreço na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e já havia confirmado que há indícios das denuncias à Justiça do Paraná.

A CPI ainda espera autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvir o dono da empresa UTC, Ricardo Pessoa, que teve a delação premiada homologada na última semana.

O empresário é apontado como o coordenador do cartel de empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras. A defesa de Pessoa enviou documento ao colegiado informando que o acordo de colaboração com a justiça é de sigilo e isso impediria que o empresário trouxesse informações para a CPI.

Matéria da revista Veja mostrou que ele citou 18 políticos beneficiários de recursos ilegais da UTC durante campanhas eleitorais.

Na sessão de hoje, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB) disse que enviou ofício ao juiz federal Sérgio Moro, ao ministro do STF, Teori Zavascki, e ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para ter acesso ao conteúdo da delação premiada do empresário.

Ainda hoje, os parlamentares da comissão devem ouvir os depoimentos do presidente da Federação Nacional das Associações de Aposentados, Pensionistas e Anistiados do Sistema Petrobras, Paulo Teixeira Brandão, e do vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Leite Siqueira.

Na quarta-feira (8) da próxima semana, a comissão realiza acareação entre Pedro Barusco (Serviços) e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque no dia 8.

No dia seguinte, Barusco fica frente a frente com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Com o início do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho, a CPI fará acareação entre o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa.

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