Dilma-Temer: Reis informou ainda que o pagamento foi feito em quatro parcelas de um milhão de reais cada, entre agosto e setembro de 2014
Reuters
Publicado em 2 de março de 2017 às 21h27.
Última atualização em 2 de março de 2017 às 22h01.
Brasília - O ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis, que depôs nesta quinta-feira no processo que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer, disse que a empreiteira repassou 4 milhões de reais em recursos de caixa dois para "consolidar" o apoio do PDT à chapa nas eleições presidenciais de 2014, disse à Reuters uma fonte que teve acesso ao depoimento.
De acordo com Reis, o então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, pediu que Reis procurasse Alexandrino de Alencar, ex-executivo da empresa, porque este "precisava de apoio".
A ajuda, segundo Reis, seria pela proximidade que ele teria com lideranças do PDT e para que o partido aceitasse os 4 milhões de reais em troca de consolidar sua participação na coligação de Dilma Rousseff e Michel Temer, vencedora da eleição presidencial de 2014.
Alexandrino, que foi diretor de Relações Institucionais da empreiteira e vice-presidente da Braskem, teria ficado responsável por negociar o apoio de cinco partidos --além do PDT, PRB, PROS, PcdoB, e PP-- em troca de repasses financeiros.
Reis informou ainda que o pagamento foi feito em quatro parcelas de um milhão de reais cada, entre agosto e setembro de 2014.
O ex-presidente da Odebrecht Ambiental é o segundo executivo da empresa a ser ouvido no processo que apura irregularidades na campanha de 2014 e no qual o PSDB, autor da ação, pede a cassação da chapa.
O presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, foi ouvido na tarde de quarta-feira e, na ocasião, disse que fez doações de caixa dois à chapa Dilma-Temer.