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Ex-engenheiro da Petrobras devolveu propina, diz delator

Por "peso na consciência", Maurício Guedes devolveu o dinheiro que tinha recebido num contrato entre a estatal e a Odebrecht, firmado em 2008

Petrobras: a estatal e a Odebrecht firmaram um acordo para a construção de uma planta industrial para a produção de ácido tereftálico purificado na cidade de Ipojuca (PE) (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras: a estatal e a Odebrecht firmaram um acordo para a construção de uma planta industrial para a produção de ácido tereftálico purificado na cidade de Ipojuca (PE) (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de abril de 2017 às 18h29.

Brasília - O ex-engenheiro da Petrobras Maurício Guedes se arrependeu de ter recebido propina num contrato entre a estatal e a Odebrecht, firmado em 2008, para a construção de uma planta industrial para a produção de ácido tereftálico purificado na cidade de Ipojuca (PE).

Ele devolveu o dinheiro para um funcionário da empreiteira e agradeceu à pessoa que havia feito o pagamento por compreender o peso na consciência pelo qual passava.

"O Maurício chegou a abrir uma conta no Société Générale, aí numa das reuniões de rotina ele me disse que estava muito arrependido e que não queria que fizesse ligação dele com propina", contou o delator Rogério Santos de Araújo.

"Ele se arrependeu depois que o dinheiro começou a cair na conta dele. Ele até agradeceu porque andava muito angustiado e foi um arrependimento de consciência, eu tenho impressão."

Araújo explicou que o dinheiro destinado a Guedes ainda se encontra parado na conta aberta pelo representante de banco David Arazzi.

O combinado, disse ele, era que ninguém mexesse nos recursos, que poderiam ser usados em outros pagamentos de propina.

O delator afirmou ao Ministério Público Federal que buscava conversar com funcionários da Petrobras em almoços ou em ambientes mais reservados e oferecia propinas para, em contrapartida, buscar aditivos ao contrato para tentar melhorar o "resultado" da obra.

Segundo o delator, o pagamento de propinas se estendeu por mais seis anos após a assinatura do contrato.

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