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Ex-diretor da Petrobras decide fazer delação premiada

Segundo presidente do Democratas, Paulo Roberto Costa pode contribuir para abrir a "caixa preta" da estatal


	Paulo Roberto da Costa durante depoimento na CPI que investiga denúncias de corrupção na estatal
 (Geraldo Magela/Agência Senado)

Paulo Roberto da Costa durante depoimento na CPI que investiga denúncias de corrupção na estatal (Geraldo Magela/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2014 às 20h19.

Brasília - O presidente do Democratas, senador Agripino Maia (DEM-RN), afirmou nesta sexta-feira que o ex-diretor da Área de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa pode contribuir para abrir a "caixa preta" da companhia.

Pouco antes, o blog do jornalista Fausto Macedo, no site do estadao.com, revelou que Costa decidiu fazer uma delação premiada após se reunir hoje com a advogada criminalista Beatriz Catta Preta, da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná.

Ele está preso desde junho por envolvimento em suspeitas de corrupção e desvio de recursos investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Na iminência de sofrer condenações decorrentes da ação judicial, Costa considera que não tem a menor chance de sair da prisão tão cedo. E quer preservar a família, que se tornou alvo da Lava Jato.

"É importante que a caixa preta da Petrobras seja aberta. E ele pode dar uma contribuição", afirmou o presidente do DEM.

"Agora é preciso que a contribuição do delator venha acompanhada de provas irrefutáveis", ponderou Maia, que é coordenador-geral da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB).

Agripino Maia lembrou que, em junho, o ex-diretor da estatal depôs na CPI da Petrobras do Senado e negou qualquer envolvimento nas irregularidades sob investigação da comissão de inquérito e da PF.

Um dia depois, ele foi preso novamente pela polícia e está detido desde então.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou que Costa, com a delação, pode "ajudar muito a passar a limpo a Petrobras".

Questionado se o ex-diretor - que chegou ao cargo e contou com o apoio de parlamentares do PP, PMDB e PT - poderia envolver políticos, Bueno defendeu que ele "fale tudo e não deixe nada encoberto".

Para Bueno, Costa tem que dizer o que aconteceu, mesmo que envolva deputados e senadores.

"A delação não pode ser restrita. Se, por ventura, aparecerem parlamentares envolvidos, eles precisam responder por isso", afirmou o líder do PPS, um dos mais atuantes na CPI mista da Petrobrás.

A reportagem não conseguiu localizar, por telefone, o relator da CPI mista, deputado Marco Maia (PT-RS) nem o presidente das duas comissões de inquérito, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para comentar a decisão do ex-diretor.

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