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Ex-diretor da Eletrobras se mantém em silêncio em depoimento

Alvo de um mandado de condução coercitiva da Operação Pripyat, ele chegou ao prédio da PF por volta das 11 horas e não respondeu a nenhuma pergunta


	Valter Cardeal: alvo de um mandado de condução coercitiva da Operação Pripyat, ele chegou ao prédio da PF por volta das 11 horas e não respondeu a nenhuma pergunta
 (Roosewelt Pinheiro/ABr)

Valter Cardeal: alvo de um mandado de condução coercitiva da Operação Pripyat, ele chegou ao prédio da PF por volta das 11 horas e não respondeu a nenhuma pergunta (Roosewelt Pinheiro/ABr)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2016 às 17h45.

Porto Alegre - O engenheiro Valter Cardeal, diretor afastado da Eletrobras, se manteve em silêncio durante o depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira, 6, na capital gaúcha.

Alvo de um mandado de condução coercitiva da Operação Pripyat, ele chegou ao prédio da PF por volta das 11 horas e saiu ao meio-dia. Durante este tempo, não respondeu a nenhuma pergunta. Cardeal estava acompanhado de um advogado.

A Polícia Federal do RS também cumpriu hoje um mandado de busca e apreensão num endereço residencial ligado a Cardeal.

De acordo com a PF, foram recolhidos documentos impressos e computadores, além de três cartões de memória, cinco HDs externos e 200 pen drives. O material apreendido será encaminhado ao Rio de Janeiro, que concentra as investigações.

A Operação Pripyat, deflagrada nesta quarta-feira, aponta para um suposto esquema de propinas nas obras da Usina Nuclear Angra 3 com a participação de ex-dirigentes do altos escalões da Eletronuclear.

No Rio de Janeiro, a PF cumpriu mandados de prisão preventiva, de prisão temporária, de condução coercitiva e de busca e apreensão, todos expedidos pela 7º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

A Pripyat é um desdobramento da 16º fase da Operação Lava Jato, denominada Radioatividade.

Os dois mandados cumpridos em Porto Alegre se referiam a Cardeal. Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, o procurador da República Lauro Coelho Jr. afirmou que as investigações ainda não chegaram a uma conclusão sobre qual a função de Cardeal no esquema relativo a Angra 3, mas há indícios que de ele estaria envolvido no pedido e no pagamento de propinas, tanto para os funcionários da Eletronuclear que recebiam recursos indevidos quanto para o "núcleo político".

O ex-presidente da Eletronuclear, almirante da reserva Othon Luiz Pinheiro, que se encontrava em prisão domiciliar, teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça Federal do Rio "diante da demonstração da manutenção de sua influência na estatal".

O atual presidente da empresa, Pedro José Diniz Figueiredo, foi afastado de suas funções.

Valter Luiz Cardeal é próximo da presidente da República afastada, Dilma Rousseff. O engenheiro começou a carreira no setor energético na década de 1970, na Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE).

Aproximou-se de Dilma quando ela foi secretária de Energia do RS no governo de Alceu Collares, entre 1993 e 1994.

Cardeal chegou ao governo federal depois que Dilma assumiu o Ministério de Minas e Energia no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.

O engenheiro gaúcho está afastado da diretoria da Eletrobras desde 2015, quando seu nome surgiu pela primeira vez nas investigações da Lava Jato.

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