Brasil

Ex-diretor da Abin afirma em CPI ter alertado governo sobre 8 de janeiro

Parlamentares da oposição cobraram posicionamento do presidente Lula após a declaração

8 de Janeiro: sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas por pessoas que se opõem aos resultados das eleições de 2022 (Joedson Alves/Anadolu Agency via/Getty Images)

8 de Janeiro: sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas por pessoas que se opõem aos resultados das eleições de 2022 (Joedson Alves/Anadolu Agency via/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 1 de agosto de 2023 às 14h22.

Após o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura Cunha ter afirmado que alertou o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, sobre a intenção de atos antidemocráticos nas manifestações do 8 de janeiro, parlamentares da oposição cobraram o governo Lula (PT). A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) caracterizou a atitude como "gravíssima".

"Ex-diretor da ABIN admitiu que do dia 02/01 até o fim do dia 08/01 foram emitidos 33 alertas de inteligência. Por que não houve providências do Governo Federal para evitar o que aconteceu no dia 08?", disse a bolsonarista.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

Já o ex-juiz federal Sergio Moro levou em conta a parte do depoimento em que Saulo Moura Cunha afirmou que GDias havia arquivado os alertas formalizados em planilha: "Segundo se conclui do depoimento do Diretor da Abin, o então Ministro do GSI de Lula teria ordenado a supressão fraudulenta de informações em documento enviado à comissão de inteligência do Congresso. A intenção aparente parece ser esconder a sua omissão no dia 08 de janeiro. Lula vai dizer algo a esse respeito?", questionou o senador.

De acordo com Cabo Junio Amaral (PL-MG), os 33 alertas de inteligência seriam uma declaração de que houve prevaricação.

Ao longo de seu depoimento na CPI do 8 de janeiro, Saulo Moura Cunha afirmou que a agência mandou alertas em série.

— De 2 de janeiro até o fim do dia 8, a Abin produziu 33 alertas de inteligência, que não são relatórios. Relatório é documento estratégico, passa por processamento. Nesses alertas, falamos que hpuve detecção de estímulo a invasões e pessoas que se diziam armadas. A gestão anterior entregou (em 2022) relatório ao governo de transição e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) falando sobre a presença de atores extremistas nos movimentos em frente aos quartéis.

Ao ser questionado sobre os alertas enviados pela Abin, o ex-diretor disse que os informes encaminhados davam a entender que as manifestações seriam de grande porte e com intenção de "atos antidemocráticos.

— No meu entendimento os alertas condicionam as autoridades pelo menos ao entendimento de que não seria uma manifestação comum. A partir de um certo momento, nós temos convicção de que havia intenção de atos antidemocráticos — afirmou Saulo Moura da Cunha.

Acompanhe tudo sobre:CPMI do 8 de janeiroCrimeDemocraciaLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas