Arma: empresário e jornalista, que era ameaçado por suas denúncias contra o crime organizado em Cuiabá, foi assassinado com três tiros na cabeça (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2013 às 12h17.
Rio de Janeiro - O Tribunal de Júri de Cuiabá condenou a 19 anos de prisão o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro após considerá-lo responsável pelo assassinato do proprietário e diretor do jornal "Folha do Estado", Domingos Sávio Brandão de Lima, em setembro de 2002, informaram fontes judiciais.
Um tribunal de Cuiabá, concluiu, por 4 votos a favor e 3 contra, que o acusado foi o autor intelectual do crime.
O empresário e jornalista, que era ameaçado por suas denúncias contra o crime organizado em Cuiabá, foi assassinado com três tiros na cabeça por dois homens em uma moto e que já foram condenados como autores materiais do homicídio.
Arcanjo Ribeiro, de 62 anos e conhecido como o "Comendador" por ter recebido esse título honorífico da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, está preso desde 2003, quando foi detido no Uruguai e extraditado do país vizinho, já que cumpre pena por outros crimes.
O ex-policial e ex-bicheiro no Mato Grosso, estado no oeste do Brasil e fronteiriço com a Bolívia, controlava uma organização criminosa nessa região, segundo as sentenças que foram ditadas contra ele.
O então diretor da "Folha do Estado", um dos principais jornais do Mato Grosso, foi assassinado depois que o jornal publicou várias denúncias sobre as atividades da organização controlada pelo "Comendador".
Após o assassinato do jornalista, a polícia brasileira realizou uma operação para desarticular a organização de Arcanjo Ribeiro, mas o ex-policial fugiu e só foi localizado quatro meses depois no Uruguai.
O acusado negou durante todo o julgamento ter encomendado o assassinato do jornalista, mas outro ex-policial já condenado por ter sido um dos autores dos disparos lhe assinalou como o indutor.
Arcanjo Ribeiro é réu em outros sete processos por homicídio. O ex-policial tinha sido condenado em 2003 a 37 anos de prisão por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e crimes contra o sistema financeiro em outro dos vários processos em que é réu.
Na época, foram apreendidos vários bens cujo valor foi calculado em US$ 500 milhões, entre os quais um hotel de luxo na Flórida (Estados Unidos) e depósitos em contas bancárias no Uruguai, na Suíça, nos EUA e nas Ilhas Cayman.