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Evento da ONU discute redução de limites de velocidade

Em São Paulo, o evento se desdobra com o pedido pela adoção de limite máximo de 50 quilômetros por hora em vias urbanas

Trânsito: o tema foi escolhido como foco da 4ª Semana Mundial das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito (Oswaldo Corneti/Fotos Públicas)

Trânsito: o tema foi escolhido como foco da 4ª Semana Mundial das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito (Oswaldo Corneti/Fotos Públicas)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de maio de 2017 às 21h25.

Última atualização em 8 de maio de 2017 às 21h25.

A redução dos limites de velocidades em vias urbanas será um dos temas da 4ª Semana Mundial das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito, que começou hoje (8) e vai até o dia 14, com mobilizações em todo o mundo para estimular a consciência global sobre os acidentes de trânsito, principalmente os que ocorrem por excesso de velocidade.

O tema escolhido para este ano é "Reduza a velocidade". Em São Paulo, a organização não governamental (ONG) Criança Segura promove uma série de ações como parte do evento internacional.

A ONG defende a adoção de limite máximo de 50 quilômetros por hora (km/h) em vias urbanas de São Paulo e de 30 km/h em áreas escolares. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, ao ser atropelado, o risco de morte de um pedestre é de 20% quando o veículo está transitando a 50 km/h e sobe para 60% quando o carro está a 80 km/h.

"Sabemos que essa é uma movimentação de todos os países, no mundo inteiro. Essa discussão tem sido cada vez mais frequente. Nós achamos que foi realmente um retrocesso essa questão do aumento de velocidade [nas marginas Pinheiros e Tietê em São Paulo] e é importante que elas voltem a velocidade anterior", disse a coordenadora de projetos ONG, Mariana Lourencinho.

Em março, as mortes no trânsito na capital paulista aumentaram 7,4% na comparação com igual período do ano passado, segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito de São Paulo - Infosiga SP, do governo estadual. Foram registradas 87 mortes em março neste ano e 84 no mesmo mês de 2016.

Procurada pela Agência Brasil, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o Programa Marginal Segura não envolve apenas "a readequação da velocidade nas vias" e disse que a iniciativa "foi responsável pela implantação de uma série de ações para segurança, sinalização e educação no trânsito".

De acordo com o órgão, depois do programa, implantado em 25 de janeiro, o número de agentes de trânsito nas marginais aumentou de 45 por turno/dia para 75 agentes turno/dia.

Por causa disso, segundo a CET, "mais ocorrências nas marginais passaram a ser atendidas", elevando as notificações. "Ainda é cedo para realizar qualquer tipo de comparação estatística com períodos anteriores, uma vez que os dados disponíveis no momento não permitem esse tipo de conclusão".

Ações nas escolas

Durante a semana de mobilização, a ONG Criança Segura fará uma série de ações para conscientizar as crianças sobre segurança no trânsito.

"Nós montamos um kits de sensibilização. A ideia é que, neste ano, quem vai falar sobre reduzir a velocidade são as próprias crianças, que são os maiores interessados na própria segurança. A gente sabe que criança falando para um adulto tem um poder de impacto ainda maior", explicou Mariana.

A ação envolverá escolas parceiras da organização, onde serão distribuídos os kits com placas, bexigas sinalizadoras, entre outros itens. "Para que elas mostrem aos adultos que estão preocupadas com a questão da redução da velocidade. A proposta é que elas se manifestem nas suas escolas ou nos seus caminhos", acrescentou a coordenadora.

A organização destaca que as ocorrências de trânsito são a principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos. Segundo dados de 2014 do Ministério da Saúde, quase 40% dessas mortes (1.654) ocorreram no trânsito, sendo que 34% foram acidentes de carro e 29%, atropelamentos.

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